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LIGAÇÕES PERIGOSAS
Ministro do Trabalho recua e aceita intermediar greve da GM em São José dos Campos; CUT racha
Governo se atrapalha com greve da CUT
DA REDAÇÃO
Às vésperas da comemoração do primeiro
Dia do Trabalho sob a Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, o governo enfrenta greves e
se atrapalha ao lidar com setores do sindicalismo próximos de sua origem histórica.
Na quinta-feira, o ministro do Trabalho, Jaques Wagner, afastou qualquer interferência
na negociação entre capital e trabalho.
Mudou de idéia na sexta-feira. Pediu que a
SRT (Secretaria de Relações do Trabalho) mediasse as negociações entre metalúrgicos grevistas de São José dos Campos (91 km de São
Paulo), ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores), e a General Motors na cidade.
Osvaldo Bargas, secretário de Relações do
Trabalho, recebeu a tarefa de conversar com
os grevistas na porta da fábrica da GM. No
meio do caminho, a missão foi abortada. O ministro optou por promover, amanhã, uma reunião entre sindicalistas e a montadora.
"Isso não significa intervenção. Nossa função é intermediar discussões", disse Bargas.
A indefinição resulta de forças opostas que
atuam sobre um ministro que tenta conciliar
ligações com a central -Wagner foi líder petroleiro- e pressões da equipe econômica
contra a reindexação salarial.
A Central Única dos Trabalhadores, que
nasceu como braço sindical do PT, também
tem sua crise de identidade. Setores radicais da
central defendem "gatilhos" salariais e afastamento do governo. "Gatilhos protegem o trabalhador", disse Luiz Carlos Prates, o Mancha,
presidente do sindicato que deflagrou a greve
da General Motors em São José dos Campos.
"Uma linha na CUT diz que temos que maneirar. Sou contra", diz. João Felício, presidente
da CUT, discorda: "Esse não é o momento para gatilhos".
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