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Área da instituição recebe críticas
devido a muitos casos polêmicos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A fiscalização do Banco Central
é uma das áreas da instituição que
mais têm sido criticadas nos últimos anos. Foram muitos os casos
polêmicos em que a diretoria foi
acusada de falha ou omissão, como no rombo dos bancos Nacional, Econômico e Bamerindus, logo após a implantação do Plano
Real, e a quebra do Marka e do
FonteCindam em 1999, com a
maxidesvalorização do real.
As três primeiras instituições financeiras deixaram prejuízos aos
cofres públicos que, somados, devem passar dos R$ 10 bilhões
quando suas liquidações extrajudiciais forem encerradas pelo
Banco Central.
O diretor de Fiscalização do
Banco Central, Paulo Sérgio Cavalheiro, diz que muito trabalho
foi feito nos últimos anos para
melhorar o setor de fiscalização
da instituição.
Ele menciona como exemplo a
criação de uma central de risco,
toda informatizada, por meio da
qual o Banco Central acompanha
diariamente as posições de crédito dos bancos. "Conseguimos detectar rapidamente qualquer coisa fora do normal nas carteiras de
crédito dos bancos", disse.
Rombo acima de R$ 14 bi
O maior rombo entre os cinco
bancos citados foi o do Nacional.
No final do ano passado, a instituição devia mais de R$ 14 bilhões
ao governo federal.
Como o BC esperava reaver R$
7 bilhões, com a venda de ativos
da parte podre do banco, a perda
da União seria de R$ 7 bilhões.
Para encobrir enorme buraco
na contabilidade da instituição, os
administradores do Nacional forjaram uma série de contas correntes e operações de empréstimo e
financiamento para maquiar o
balanço do banco. A fiscalização
do BC não descobriu o rombo inicial e demorou muito para identificar as operações fraudulentas.
Segundo Cavalheiro, quando os
fiscais do Banco Central inspecionam hoje um banco, alimentam
por meio de computadores portáteis o sistema do Banco Central
com todas as informações que levantam da instituição. "Isso nos
dá muito mais agilidade para
identificar problemas", disse.
Em janeiro de 1999, o BC foi
acusado de ter beneficiado os
bancos Marka e FonteCindam
com a venda de dólares a cotações
mais baixas do que as de mercado. Os dois bancos operavam alavancados no mercado de câmbio,
quando foram surpreendidos pela desvalorização da moeda.
Evitar crises
O Banco Central alegou na época que as operações de socorro foram feitas para evitar crises sistêmicas.
Atualmente, diz Cavalheiro, o
Banco Central acompanha diariamente todas as posições dos bancos no mercado futuro, inclusive
as de câmbio. "Se alguma instituição está excessivamente exposta,
atuamos imediatamente."
Ele lembra também que de lá
para cá o Banco Central impôs limites mais rigorosos para operações com câmbio.
Para ele, "a maior prova" de que
o Banco Central tem trabalhado
corretamente na área de fiscalização é que o país passou por várias
crises internacionais nos últimos
anos sem problemas graves no
sistema financeiro.
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