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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Cai chance de recessão nos EUA, aponta índice
No início deste ano, quando
economistas, investidores do
mercado financeiro, empresários, políticos e quem tivesse
espaço para manifestar sua opinião apontavam desesperadamente para a iminência de uma
recessão nos EUA, a professora
brasileira Marcelle Chauvet, da
Universidade da Califórnia em
Riverside, era uma das poucas
vozes dissonantes.
Ao analisar o modelo matemático que desenvolveu -o
único que avalia, em tempo real
(de acordo com a disponibilidade dos dados), as probabilidades de recessão na economia
americana-, Chauvet dizia que
os sinais eram de uma desaceleração, mas não de retração.
Os cálculos não consideram a
variável "sentimento das pessoas", apenas índices sobre a
atividade da indústria, renda do
trabalhador, mercado de trabalho e vendas de produtos manufaturados. "Entre dezembro
e janeiro, todo mundo entrou
em pânico achando que era o
fim do mundo, quando o modelo não estava indicando isso",
diz a pesquisadora. "Da mesma
maneira, agora, o clima começou a ficar mais sossegado, porém não há razão para tanta
tranqüilidade. A situação não é
boa", afirma.
Após atingir um pico em fevereiro, o seu indicador de probabilidades de recessão nos
EUA voltou a cair em março,
atingindo 39,33%. Em geral,
uma retração está configurada
quando as chances passam de
50% por dois meses consecutivos. "Vimos certo desaquecimento da economia, mas a possibilidade de recessão já está
decrescendo. A não ser que algo
excepcional ocorra, o risco deve continuar a trajetória de
queda", explica Chauvet, alertando em seguida: "No entanto,
diversas vezes, na história do
país, houve ameaça de retração
que se mostrou apenas desaceleração. Meses depois, no entanto, veio a recessão de fato."
A chance de a diminuição do
ritmo de crescimento virar retração é de 48%.
Por isso, a professora classifica o atual momento da economia americana como "perigoso". "Alguém que está gripado
precisa se cuidar para não acabar tendo pneumonia", diz.
Segundo ela, a economia
americana está fragilizada, com
vários setores enfraquecidos.
"Não dá para relaxar. Se acharem que vão perder o emprego,
os consumidores param de gastar. Se não souberem que as
vendas vão aumentar, os investidores param de investir", diz.
"Fica tudo suspenso para ver o
que acontece."
Para Chauvet, as atenções estarão concentradas, nos próximos meses, no desempenho da
economia global, nos preços
das commodities agrícolas e do
petróleo, cuja disparada está
provocando inflação no mundo. Caso os preços avancem demais, o Fed (Federal Reserve, o
banco central dos EUA), não terá outra saída a não ser elevar a
sua taxa básica de juros
-ameaçando, com o aperto,
provocar recessão nos primeiros meses de 2009.
"As atitudes tomadas pelo
Fed foram apropriadas", diz.
"Quando estendeu a mão aos
bancos em dificuldades, sua intenção não era salvá-los, mas
conter expectativas de que o
sistema financeiro pudesse entrar em colapso. O mercado
precisa de credibilidade, passada pela instituição."
JOGA FORA NO LIXO
A Ecovias, que administra o sistema Anchieta-Imigrantes,
expande o projeto "Casa Limpa". Federico Botto, presidente
da Ecovias, diz que, em alguns casos, a coleta de lixo realizada pelas prefeituras não chega às comunidades próximas às
estradas e que o descarte é feito nos acostamentos. Para resolver o problema, a empresa faz parcerias com os municípios, orienta moradores e disponibiliza locais específicos para depositar o lixo. O serviço de coleta da prefeitura, então,
passa nesses lugares e recolhe a sujeira. A meta é atender 12
comunidades ao longo da Imigrantes. "Nossa intenção é ter
uma rodovia mais limpa e melhorar a qualidade de vida, de
higiene e de saúde das pessoas", diz Botto.
PLATAFORMA
A Ticket vai investir R$ 10
milhões para desenvolver
uma plataforma de serviços
que ampliará as funções do
cartão Ticket Car, que permite a gestão de despesas de
veículos. O produto também
terá chip de segurança.
ORIENTE
O ministro japonês Akira
Amari (Economia, Indústria
e Comércio) visita na segunda a usina Costa Pinto, da
Cosan, em Piracicaba. Ele
conhecerá a produção de cana-de-açúcar e álcool.
SHOPPING
O fundo de pensão Funcef
assina, na segunda, contrato
para a construção de um
shopping ecologicamente
correto na região de Diadema (SP). Em sociedade com
a R3 Investimentos, a fundação vai destinar R$ 80 milhões ao projeto.
NUCLEAR
O ministro de Minas e
Energia, Edison Lobão, discute projeto de retomada da
construção da usina Angra 3
em debate do Lide (grupo de
líderes), na segunda, em SP.
NA TV
Mônica Monteiro, diretora da produtora Cinevideo, que acaba de formar joint venture com a Soico (Sociedade Independente de Comunicação), grupo privado de comunicação de Moçambique; a parceria prevê projetos de campanhas educacionais a serem veiculadas pela televisão moçambicana; o primeiro trabalho será sobre educação alimentar, feito com o Sesi
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