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Bovespa se destaca em dia de ganhos nas Bolsas
Mas, mesmo com alta de 2%, queda no mês é forte
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O intenso sobe-e-desce da
Bolsa tem exigido dos investidores muita paciência. Após
três desanimadores pregões no
vermelho, a Bovespa conquistou forte alta de 2,13% ontem,
para alcançar os 55.519 pontos.
Os ganhos da Bolsa ontem
equivalem a cerca de três meses de rentabilidade da poupança. Mas, para escapar de fechar agosto com perdas, a Bovespa terá de acelerar sua recuperação nesses últimos pregões
do mês. Isso porque a queda
acumulada em agosto ainda é
elevada, de 6,7%.
Os mercados acionários também fecharam em alta ontem
nos EUA e na Europa, mas de
forma menos acentuada que na
Bolsa local. Em Londres, a Bolsa de Valores terminou com valorização de 1,05%.
Nos EUA, houve ganhos de
0,79% no índice Dow Jones e
de 0,87% na Nasdaq.
Os dados que demonstraram
elevação mais expressiva que o
esperado nos pedidos de bens
duráveis nos EUA -que subiram 1,3% no mês, contra expectativa de alta de 0,2%- animaram os investidores. Os números sinalizaram, no entendimento do mercado, que a indesejada recessão econômica no
país pode ser um risco menor
que o temido.
O bom humor do mercado
norte-americano apenas foi
abafado pelo encarecimento do
petróleo, que tem reagido às
ameaças de furacão no golfo do
México. O produto registrou
elevação de 1,62% em Nova
York, para encerrar negociado
a US$ 118,15.
Para a Petrobras, óleo em alta costuma ser uma notícia favorável. Tanto que ontem as
ações preferenciais da estatal
se apreciaram 2,95%, e as ordinárias, 2,83%.
"A volatilidade dos mercados
segue em alta. O petróleo se
mantém como foco das preocupações, conforme os preços sobem com o medo de que a oferta poderia ser afetada pela formação da tempestade tropical
no golfo do México.
No Brasil, ainda que a alta
dos preços das commodities tenha o potencial de ajudar o
mercado e a apreciação do
câmbio, o sentimento negativo
em relação ao crescimento
mundial deverá manter o mau
humor nos mercados", avalia o
Departamento de Pesquisas
Econômicas do Bradesco.
No ano, o índice Ibovespa, o
principal da Bolsa paulista, registra depreciação de 13,10%, o
que coloca o mercado acionário na lanterna do ranking das
aplicações.
Até mesmo o dólar, que tem
operado no vermelho durante
praticamente o ano todo, está
com queda acumulada menor
em 2008, de 8,72%.
Nas operações de ontem o
dólar recuou 0,61%, para encerrar cotado a R$ 1,622.
Bancos em alta
Com o clima menos tenso
nos mercados, as ações de bancos conseguiram se recuperar
ontem. Na Bovespa, a ação ordinária do Banco do Brasil foi a
que teve o melhor resultado do
pregão, ao subir 5,4%. Em seguida, apareceram os papéis
units do Unibanco (2,7%), os
preferenciais do Bradesco
(2,3%) e os preferenciais do
Itaú (1,09%).
Em Wall Street, destaque para as altas de Merrill Lynch
(4,85%), Bank of America
(2,17%), Citigroup (1,57%) e
JPMorgan Chase (1,45%).
Apesar da surpreendente deflação registrada pelo IGP-M
no mês, os juros futuros não
caíram na BM&F, o que demonstra que ainda há muito ceticismo em relação ao futuro da
inflação. No contrato DI que
vence na virada do ano, a taxa
foi de 13,88% para 13,90%. O
papel mais negociado, com resgate em janeiro de 2010, terminou estável, a 14,69%.
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