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Bolsa tenta recuperação, mas fecha em baixa de 0,6%
Queda da Bovespa desde o pico de maio alcança 22,6%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bovespa bem que tentou.
Mas não conseguiu escapar do
clima pessimista externo e terminou as operações de ontem
com desvalorização de 0,58%,
aos 56.869 pontos, seu menor
patamar em seis meses.
Na manhã de ontem, a Bolsa
chegou a alcançar ganhos de
1,71%, em muito puxada pelas
ações da Petrobras. Porém, o
mercado norte-americano voltou a ter um dia bastante negativo e a Bovespa não se sustentou em alta. Desde seu pico, em
20 de maio, a Bolsa sofreu perda acumulada de 22,6%. No
mês, a baixa está em 12,53%.
A cautela dos investidores
em relação ao mercado acionário fez com que ontem fossem
movimentados apenas R$ 3,99
bilhões -a média diária do ano
é de R$ 6,15 bilhões.
A liquidação de ações brasileiras por investidores estrangeiros segue como um dos principais empecilhos à recuperação da Bovespa. Responsáveis
por 35% das operações feitas
no mercado local, os estrangeiros aceleraram as vendas de
ações em junho, quando houve
saída líquida de R$ 7,41 bilhões
em capital externo -o pior resultado mensal da história.
Neste mês, o saldo dos negócios feitos com capital externo
já apresentava resultado negativo de R$ 6,85 bilhões no dia
23. Se o ritmo for mantido, este
mês poderá ser o pior em saldo
negativo já registrado.
Bancos em queda
As perdas em Wall Street foram mais intensas. O índice
Dow Jones teve desvalorização
de 2,11%. A Bolsa eletrônica
Nasdaq perdeu 2%.
O setor financeiro americano, que ensaiou na semana passada entrar em período de recuperação, voltou a ser o vilão.
A informação de que autoridades tiveram de intervir em pequenos bancos trouxe o pessimismo de volta.
Entre as maiores instituições
financeiras dos EUA, as quedas
foram expressivas: as ações do
Merrill Lynch caíram 11,6%; as
do Lehman Brothers, 10,4%.
No mercado doméstico, as
ações de bancos também caíram, mesmo que as instituições
locais não tenham ligação com
a crise de crédito americana.
As ações ordinárias do Banco
do Brasil foram as que tiveram
pior desempenho, com queda
de 4,86%. Logo depois apareceram os papéis Itaú PN (-1,55%),
Unibanco UNT (-1,48%) e Bradesco PN (-1,36%).
Outro fator que afetou os
mercados nos EUA foi a elevação do preço do petróleo, que
encerrou com alta de 1,19% em
Nova York, a US$ 124,73.
O fortalecimento do produto
favoreceu as ações da Petrobras. Seus papéis preferenciais
chegaram a registrar valorização de 3,6%, mas terminaram
com ganhos menores, de 1,01%.
As ações da Vale também tiveram ganho, mas não muito expressivo. A ação PNA da Vale
subiu 1,12%, e a ON, 0,44%.
O dólar terminou vendido a
R$ 1,574, em leva alta de 0,06%.
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