São Paulo, terça-feira, 30 de maio de 2006

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Mulheres cedem às compras pré-Copa

Elas desejam mais a camisa da seleção que os homens; maioria não acredita que vitória "melhore" o país

Keiny Andrade/Folha Imagem
Preparativos, no Jóquei de SP, para a Vila da Copa, estrutura montada pela Philips para transmissão de jogos e shows ao vivo


ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A camiseta oficial da seleção brasileira, que custa de R$ 120 a R$ 170, é o principal desejo de consumo das mulheres na Copa do Mundo. Elas têm maior interesse nessa compra do que eles -entre as moças, 65% comprariam a verde-amarela, contra 54% dos homens, segundo pesquisa da Fecomercio realizada com 800 pessoas em São Paulo. Outro levantamento, da federação do comércio do Rio de Janeiro, publicado ontem, mostra que o perfil do público que está comprando produtos ligados à Copa é formado, em sua maioria, por mulheres entre 26 e 40 anos.
A popularização do esporte no sexo feminino explica, em parte, esse interesse. Além disso, o recente lançamento de modelos femininos da camiseta, que custam mais barato que o modelo masculino oficial, também estimula a demanda, na análise dos comerciantes.
No entanto, segundo a pesquisa da federação em São Paulo, essa certa empolgação nas compras não se traduz em otimismo generalizado. Os dados mostram que 58% dos consumidores na capital não acreditam que uma possível vitória da seleção mudaria o clima em relação à atual situação econômica e política do país.
Um dado presente no levantamento permite comparação com informações anteriores. Enquanto o apurado em abril mostrava que 25% das pessoas não pretendiam gastar no período da Copa em São Paulo- 11% admitiam essa possibilidade-, os dados da pesquisa em maio acentuam as diferenças. Agora, 64% dos entrevistados não esperam comprar produtos relacionados à data. Outros 35% pensam em adquirir algo.
Segundo essa mesma pesquisa, 77% afirmaram que não farão compras extras nem mesmo se o Brasil vencer o campeonato mundial.
A forte ação de mídia das empresas de eletrônicos, em torno de campanhas que estimulem a venda de TVs, pode ter surtido efeito, segundo os lojistas. A Gradiente precisou acelerar a produção de sua fábrica em Manaus após a recente redução de preços, temporária, do televisor de 42 polegadas (tela plana). A Philips já teria vendido 1 milhão de televisores (de todos os modelos) de janeiro a abril. A empresa investiu R$ 10 milhões para erguer em São Paulo, no Jockey Club, a chamada Vila da Copa.
Criada para ser uma atração no dia dos jogos da seleção, a Vila terá estrutura montada para a transmissão das partidas e shows de artistas no local. São esperadas 5.000 pessoas por dia no espaço (R$ 60 a entrada). Outras empresas, como AmBev e Yahoo, apóiam a ação.

Fenômeno em baixa
Segundo a Fecomercio do Rio, os itens mais procurados pelos consumidores são, além da camiseta, a bandeira do Brasil e as TVs 29 polegadas, nessa ordem. O aparelhos custam de R$ 1.200 (modelo tradicional, com tubo) a R$ 8.900 (tela plana de 42 polegadas). A camisa nš 9, do atacante Ronaldo, o Fenômeno, não ficou entre as preferências do torcedor, ocupando o nono lugar do ranking.
Um bom desempenho nas vendas do comércio em maio, na pré-Copa, poderia dar certo fôlego ao comércio, que amargou um abril com vendas negativas, segundo balanços.


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