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Ampliação de parque nacional ameaça incremento na exploração de gás no país
PEDRO SOARES
ANTONIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
Tida como prioritária pela
Petrobras como alternativa à
importação de gás da Bolívia, a
exploração de gás no norte da
bacia do Espírito Santo tem seu
potencial de produção ameaçado pela ampliação do Parque
Nacional Marinho de Abrolhos,
segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico do Espírito Santo, Júlio Bueno.
Com a crise detonada pela
nacionalização do gás na Bolívia, a Petrobras decidiu aumentar seus investimentos na bacia
do Espírito Santo, onde se espera uma produção de 16,7 milhões de metros cúbicos a partir de 2008. Por decisão do Ibama, Abrolhos teve sua extensão
ampliada de 2.000 km quadrados para 10 mil km quadrados.
Segundo Bueno, as áreas dos
campos de Peroá e Cangoá,
Golfinho 1 e Golfinho 2, as mais
importantes para o aumento da
produção de gás no país, ainda
não serão afetadas pela ampliação de Abrolhos. Ele disse, porém, que o potencial de exploração futuro de gás está sob risco.
Ao menos uma empresa já foi
afetada: uma área exploratória
arrematada pela companhia
New Field (onde ainda não havia sido feita descoberta de gás)
teve de ser devolvida à ANP
(Agência Nacional do Petróleo).
Em 2004, a ANP excluiu
áreas da 6ª Rodada de Licitações por determinação do Ibama em razão do temor de que a
atividade petrolífera colocasse
o parque marinho e sua biodiversidade em risco.
O ambientalista Paulo Gustavo Prado, da Conservação Internacional, disse que a decisão
de retirar algumas áreas de exploração levou em conta a biodiversidade das espécies da região e o fato de o local ser um
depositário -onde ocorre a reprodução marinha.
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