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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Carteira de crédito do BB atinge R$ 200 bi
O Banco do Brasil divulga
amanhã que sua carteira de
crédito no Brasil e no exterior
atingiu, em junho, R$ 200 bilhões. O crescimento foi de
20% em relação a dezembro de
2007. A instituição continua na
liderança dos empréstimos, já
que o mercado como um todo
aumentou suas linhas de financiamento em 11% no período.
A expansão do crédito do BB
se deu em todas as carteiras e
ainda não recebeu o impacto de
alta esperado na área de imóveis, já que o Banco Central autorizou a instituição a oferecer
financiamento imobiliário com
o uso de recursos do SFH (Sistema Financeiro da Habitação)
há apenas 15 dias. A área que
mais cresceu, no entanto, foi a
destinada a pessoas jurídicas.
Ao atingir os R$ 200 bilhões,
o BB passa a responder por
20% do crédito oferecido no
país, que equivale a cerca de
35% do PIB.
Especialistas da área destacam a importância do volume
dos empréstimos do banco e o
fato de, ao serem destinados
em boa parte a empresas, ajudarem parcialmente a reduzir
as pressões inflacionárias.
Porém, o crescimento ininterrupto dos financiamentos
acompanhado de alta de preços
podem começar a preocupar.
"Crédito é relevante e importante para o crescimento do
país, mas tem de ser tomado em
doses moderadas e o brasileiro
está se lambuzando", diz William Eid Jr, coordenador do
Centro de Estudos em Finanças da FGV.
Segundo Eid, não há preocupação com a saúde financeira
dos bancos, que têm modelos
sólidos para controlar empréstimos, mas com as famílias.
"Qualquer crise que resulte
em aumento de taxas de juros
ou desemprego as colocará em
situação difícil", afirma Eid.
"Isso vale para o pequeno empresário, que confunde suas
contas com as da empresa."
Para Virginia Oliveira, professora de finanças da Fundação Dom Cabral, a disponibilidade inédita de crédito é um
ótimo sinal. "Mas os empréstimos estão pressionando a inflação e os consumidores podem
estar ficando endividados além
da conta."
CADAFALSO
Pesquisa da consultoria
Booz & Co. mostra que os
presidentes executivos dificilmente são demitidos por
causa de resultados ruins de
curto prazo para os acionistas. O levantamento foi feito
nas 2.500 maiores empresas
de capital aberto do mundo
e indicou que, no Brasil, a
realidade não é muito diferente dos EUA e da Europa.
Apesar de a exigência ser um
pouco menor na Argentina,
no Chile a possibilidade de
demissão por resultados insatisfatórios é de apenas
6,5%, o que, segundo a Booz
& Co, reflete o conservadorismo das empresas.
PASSO A PASSO
Começa amanhã, em São Paulo, a 40ª edição da Francal,
feira nacional de calçados. Depois de amargar um longo período de perdas nas exportações, o setor, em 2007, registrou alta de 2,6% no faturamento, alcançando US$ 1,9 bilhão. Para este ano, a previsão é ultrapassar, pela primeira vez, os US$ 2 bilhões. Segundo Abdala Jamil Abdala, presidente da
Francal, a feira, que vai até sexta, deve receber 3.000 compradores internacionais. A Abicalçados (Associação Brasileira de Calçados) vai trazer para a Francal deste ano 14 importadores de mercados estratégicos como África do Sul, Alemanha, EUA, Grécia, Itália, Japão e Turquia, por meio do
programa Projeto Comprador, feito em parceria com a Apex.
Abertura de empresas cresce no ES
Nos cinco primeiros
meses do ano, o Estado do
Espírito Santo registrou
aceleração expressiva na
abertura de empresas. O
número de novos negócios
registrados pela Junta Comercial do Estado chegou
a 4.735, com alta de mais
de 18% em relação ao mesmo período de 2007. O número de extinções no intervalo foi de 1.304.
O crescimento, no entanto, pode não espelhar
na mesma proporção a
criação de empregos. Isso
porque a maior parte das
novas empresas são pequenas, de empresários e
sociedades limitadas, que
representam 99% dos registros. No ranking das 50
cidades que mais geraram
vagas, de janeiro a maio,
segundo o Ministério do
Trabalho, só aparece um
município do Estado, Vitória, em 37º lugar.
De acordo com a junta,
para cada microempresa
aberta são criados pelo
menos cinco novos postos
de trabalho.
Para Guilherme Dias,
secretário de desenvolvimento do Espírito Santo,
siderurgia, petróleo e gás e
comércio exterior guiam o
crescimento. "O Estado vive também um bom momento em outros segmentos, como agronegócio e
construção civil."
LUZ ACESA
O Ministério de Minas e
Energia criou grupo de trabalho para analisar soluções
para a renovação das concessões do setor. Muitas das
concessões de hidrelétricas,
linhas de transmissão e distribuição vencem em 2015 e
empréstimos de longo prazo
começam a se tornar difíceis
por conta da incerteza do
modelo e pelo fim das garantias de fluxo de caixa.
MURALHA
Será apresentada, quinta,
na sede da CNI, a Agenda
China. Estarão presentes os
ministros Miguel Jorge (Desenvolvimento), Celso Amorim (Relações Exteriores),
Reinhold Stephanes (Agricultura), Ernesto Heinzelmann, presidente do Conselho Empresarial Brasil-China, e Armando Monteiro
Neto (CNI). O documento,
de mais de cem páginas, define agenda de atividades até
2010 para fortalecer relações econômicas entre Brasil e China.
CONECTIVIDADE
Desembarca no Brasil,
amanhã, Phil Edwards, presidente da holandesa Draka,
de fibras ópticas. Edwards
será recebido por Juan Quirós, conselheiro mundial do
grupo, em Campinas, para
falar de oportunidades de
negócios e da economia
brasileira.
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