|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Indústria planeja elevar preços, afirma FGV
FERNANDO ANTUNES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE
A tendência de aumento nos
custos com matéria-prima e o
nível recorde de uso da capacidade de produção fazem industriais projetarem alta de preços
nos próximos três meses.
Segundo a pesquisa Sondagem Conjuntural da Indústria
de transformação da FGV
(Fundação Getulio Vargas), divulgada ontem, 45% das 1.042
empresas consultadas afirmaram que pensam em reajustar
preços até setembro, enquanto
4% projetam reduzir e 51% pretendem manter.
O índice é o maior desde janeiro de 2003, mês da posse de
Lula, quando havia incertezas
sobre os rumos da economia.
Jorge Braga, coordenador
técnico de sondagens da indústria do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV, explicou que as empresas deverão
repassar os aumentos de custos
previstos para os mercados interno e externo.
De acordo com o levantamento, no quesito matéria-prima, 48% dos empresários afirmaram que a tendência para os
próximos três meses é de alta
dos custos no mercado interno.
No mercado externo, apesar da
desvalorização do dólar, 37%
dos entrevistados esperam que
os custos aumentem.
Segundo a FGV, o nível de
utilização da capacidade instalada neste mês, considerando o
ajuste sazonal, está em 85,8%, o
maior da série histórica da pesquisa, o que contribui para a
perspectiva de avanço nos preços. Em julho de 2007, o índice
estava em 84,9%.
A capacidade instalada reflete qual quantidade de produtos
uma indústria é capaz de fabricar com as máquinas e unidades que tem. Quanto maior o
uso, menor a possibilidade de a
indústria atender a um crescimento de demanda sem provocar aumento nos preços.
De acordo com Braga, o levantamento ainda não reflete o
último aumento dos juros, promovido na semana passada, pelo Banco Central. A pesquisa da
FGV constatou que a maioria
(62%) dos empresários não coloca a taxa Selic como empecilho para aumentar a produção.
Confiança
No geral, o ICI (Índice de
Confiança da Indústria) da
FGV teve queda de 0,7% neste
mês e ficou em 120,8 pontos,
contra 121,6 em junho. Na comparação, o ISA (Índice da Situação Atual) passou de 125,8 pontos em junho para 123,7 neste
mês, enquanto o IE (Índice de
Expectativas) teve ligeira elevação, indo de 117,4 em junho
para 117,9 neste mês.
Para a FGV, o dado geral
mostra que "a indústria mantém-se aquecida, mas com um
ritmo de atividade um pouco
menos intenso que o registrado
no segundo semestre de 2007".
Texto Anterior: Veículos impulsionam leasing no 1º semestre Próximo Texto: Cafeteria: Starbucks fecha mais de 70% de suas lojas na Austrália Índice
|