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País lidera em produto popular da Nestlé
Vice-presidente mundial afirma que ambiente de negócios
no país poderia melhorar com eficiência legal e tributária
Para Polman, inflação de
alimentos atingiu novos
patamares e não baixará;
Nestlé pesquisa alimentos
para Alzheimer e diabetes
CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Em sua primeira visita ao
Brasil depois que assumiu o
cargo de vice-presidente para
as Américas na Nestlé, o holandês Paul Polman visitou fábricas, falou com consumidores,
funcionários e diz ter ido à orla
do Rio de Janeiro para ver os
carrinhos de sorvete "e nada
mais".
Segundo ele, o Brasil assumiu a liderança e conduz a operação mundial no desenvolvimento de produtos voltados às
camadas populares, mas ainda
tem muitas frentes de negócios
a serem exploradas no país.
"Crescemos o equivalente a
uma Danone ou a uma Campbell's num ano", diz Polman.
"Estamos para abrir nossa
quarta loja Nespresso no Brasil,
mas a rede pode facilmente
chegar a 40 lojas rapidamente e
se tornar um negócio de verdade."
Segundo ele, o mesmo pode
acontecer com a operação de
sorvetes ou de águas da Nestlé
no país. "Não há desculpa para
crescer menos porque muitos
países latino-americanos estão
muito mais estáveis e com economias fortes", afirma. "Aliás,
nem sei se o Brasil pode ser encarado como país emergente."
Polman afirmou, no entanto,
que o potencial de negócios poderia ser maior se o país eliminasse os entraves ao crescimento e à melhoria da competitividade, aprimorando seus
sistemas legal e tributário. "Há
oportunidade para criar um
ambiente de negócios ainda
melhor no Brasil", diz Polman.
"Melhorar a competitividade
requer o bom funcionamento
dos sistemas legal e fiscal."
Novo patamar
Polman afirmou ainda que a
empresa tem tentado segurar
ao máximo o repasse da inflação global de alimentos. Porém
ele não espera que a alta nos
preços venha a arrefecer. Para
tentar reduzir a queda nas margens, a empresa tem buscado,
entre outras coisas, aumentar o
valor dos produtos. "O preço do
café é apenas uma pequena
parte do Nespresso, por exemplo", afirma. "Não podemos ficar presos a commodities."
Com investimentos de US$ 2
bilhões em pesquisa e desenvolvimento, a Nestlé tem investido em alimentos que chama
de "soluções em alimentação".
"Pela primeira vez, uma geração pode escolher se quer viver
mais do que a anterior pela forma como se alimenta", diz. "No
futuro, teremos alimentos que
farão efeito em doenças como
Alzheimer e diabetes."
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