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Impacto de novos projetos é limitado
DA REPORTAGEM LOCAL
Nem o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior nem o BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) sabem informar quantos empregos foram
criados neste ano a partir dos investimentos realizados -e anunciados- pelas empresas.
Levantamento feito pela Folha
entre as maiores companhias
mostra que pelo menos sete empresas e/ou grupos investiram
-ou pretendem investir- cerca
de US$ 9,5 bilhões. Parte dessa
quantia resultou em 6.292 empregos diretos ou indiretos.
Papel
A VCP (Votorantim Celulose e
Papel), que comemorou em agosto a ampliação da unidade de Jacareí (interior de São Paulo) ao lado do ministro Antonio Palocci
Filho (Fazenda) e do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, com investimentos da ordem de US$ 500
milhões, não soube detalhar
quantos dos 1.090 empregos criados são diretos ou indiretos.
No segundo trimestre, o lucro
da companhia cresceu de 656%
ante igual período de 2002. Nesse
período, as receitas com exportações totalizaram R$ 252 milhões,
um aumento de 94%.
A Veracel Celulose, que também anunciou investimentos de
US$ 1,25 bilhão para construir até
2005 no sul da Bahia a maior fábrica de celulose branqueada de
eucalipto do mundo, estima que a
unidade vá empregar 2.000 funcionários após sua conclusão. Em
maio, quando anunciado o investimento, a empresa prometeu
empregar 12 mil pessoas na fase
de construção. Por enquanto, cerca de 2.000 estão trabalhando na
construção, segundo a assessoria
de imprensa do grupo.
Para analistas e economistas
consultados pela Folha, a produção da nova fábrica vai contribuir
para o aumento das exportações
brasileiras, mas o impacto na cadeia produtiva é pequeno.
"O setor de papel e celulose não
é intensivo em mão-de-obra nem
tem a capacidade de criar vagas
indiretas na cadeia produtiva, como o automobilístico. Os investimentos são importantes, mas são
uma gota no oceano para resolver
os problemas do mercado de trabalho", diz Sérgio Mendonça,
coordenador-técnico do Dieese.
Aço
No setor siderúrgico, o grupo
europeu Arcelor anunciou em junho que pretendia investir US$
1,4 bilhão. O investimento começa na Vega Sul, futura produtora e
exportadora de peças para carros,
que receberá US$ 400 milhões do
total. O grupo pretende também
aplicar US$ 1 bilhão na Companhia Siderúrgica de Tubarão a
partir de 2006. O objetivo é exportar produtos siderúrgicos para os
EUA e para a Europa.
A CSN (Companhia Siderúrgica
Nacional) investiu US$ 93 milhões de janeiro a setembro, sendo que, entre setembro 2002 e o
mesmo mês de 2003, foram contratados 445 funcionários.
De janeiro a novembro deste
ano, a Embraer informou que
contratou 756 empregados, resultado dos investimentos realizados
em 2003. Há oito anos, antes da
privatização, a empresa empregava 3.200. Hoje, são 12.803.
Nos nove primeiros meses deste
ano, a empresa investiu R$ 371,1
milhões em pesquisa e desenvolvimento -principalmente na
nova família de jatos da companhia. Nesse mesmo período, foram aplicados R$ 79,7 milhões em
modernização dos processos industriais e de engenharia, máquinas e equipamentos.
"Falar em 1.000 ou 2.000 empregos em uma ou outra fábrica é
pouco. A taxa de investimento do
país é hoje de cerca de 18% do PIB
e precisar estar em 25% para criar
emprego", disse Fernando Sarti,
economista da Unicamp.
Quinta maior empregadora do
país, segundo o ranking da revista
"Exame" de 2002, a Petrobras
convocou 1.446 pessoas que haviam prestado concurso e investiu R$ 13,14 bilhões de janeiro a
novembro. Nos planos da empresa, serão criadas até o final do próximo ano outras 2.500 vagas.
O grupo Telefônica, que reúne
dez empresas, fez investimentos
de R$ 2,2 bilhões em novos produtos, modernização de linhas e
em telefonia fixa e celular, que resultaram em mil novas vagas.
No Estado de São Paulo, a Fundação Seade identificou que, no
primeiro semestre deste ano, havia 1.373 projetos de investimento
que somavam US$ 7,4 bilhões.
Desse total, 13% seriam usados
em modernização e compra de
equipamentos, 57% na ampliação
de unidades e 30% na instalação
de novas fábricas. O número de
vagas que seriam criadas não foi
detalhado.
(CR, EF e FF)
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