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Ser famoso na internet não basta

Profissional de mídias sociais precisa ser curioso, gostar de ler e produzir conteúdo relevante

DE SÃO PAULO

Quem quer trabalhar com mídias sociais precisa tirar da cabeça a imagem da "celebridade na internet", a pessoa que tem milhares de seguidores no Twitter, por exemplo.

"Ele pode fazer piada muito bem, mas pode não saber gerir o conteúdo de uma marca", diz André Telles, sócio da agência Mentes Digitais e autor de "Orkut.com" (2006), um dos primeiros livros sobre as redes sociais no Brasil.

A maior parte dos profissionais do setor é formada em comunicação, em cursos de publicidade, jornalismo e relações públicas, mas esse não é um fator limitante.

Flávio Vieira, 33, diretor de conteúdo da agência Riot, estudou direito, fez pós-graduação em gestão ambiental e deu aulas sobre o assunto em colégios técnicos, mas decidiu mudar de área. Ele começou a escrever em blogs de publicidade e a fazer trabalhos para redes sociais, até decidir largar a advocacia.

"O direito é burocrático. Eu queria um ambiente com pessoas criativas", diz.

Apesar de ter feito cursos sobre publicidade, Vieira é autodidata e afirma que se capacitou para a profissão lendo sobre o assunto e aprendendo no dia a dia.

Como se trata de uma profissão nova, é difícil encontrar cursos especializados. As empresas, então, têm de treinar os funcionários.

"A gente forma muitas pessoas aqui dentro. Temos dificuldades de achar profissionais porque o mercado está aquecido", diz Roberta Paixão, sócia-diretora da agência Espalhe.

Ela recomenda que os aspirantes à área, independentemente da formação que tiveram, façam cursos de pós-graduação em marketing.

Em cursos específicos para mídias sociais, é possível aprender a fazer o planejamento de ações nesses sites, como melhorar o atendimento ao consumidor e a medir a efetividade da estratégia da empresa (veja lista ao lado).

CURIOSIDADE NATA

O essencial é ser bem informado e ter vontade de saber de tudo antes de todo mundo. É preciso, por exemplo, ter conhecimento sobre elementos da cultura pop, como livros, filmes, bandas ou artistas plásticos -grande parte do que se discute nas redes sociais é isso.

"Não contrato ninguém que não tenha visto 'Star Wars'", diz Ian Black, presidente-executivo da agência de mídias sociais New Vegas.

Os interessados na profissão devem se concentrar em produzir conteúdo relevante na internet, como blogs e vídeos sobre assuntos de interesse, para atrair potenciais empregadores.

Marina Bonafé, 26, conseguiu um emprego assim: em 2010, foi chamada para uma entrevista para trabalhar com comunidades virtuais em um site de downloads por causa de seus posts no Twitter. Ela estudava administração e escrevia sobre o trabalho de algumas marcas.

"Eu não era 'famosinha'. As pessoas ainda têm uma visão de que você pode virar um profissional porque tem 10 mil seguidores no Twitter", diz Bonafé, que hoje trabalha na Remix Social Ideas.

(FM)

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