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TERCEIRA LIÇÃO
Para driblar eventos inesperados, empresas combinam configuração de rede a uma hierarquia flexível
Novo executivo deve "abraçar o mundo"
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Não haverá trégua. A corrida
por novos modelos de gestão, alimentada pela evolução do cenário mundial, está apenas começando. Concorrência externa, flexibilização de mercados e integração regional vão se acentuar. "Se a
empresa muda mais lentamente
que o mercado, ela se torna obsoleta, ultrapassada", previne o consultor Idalberto Chiavenato, 66.
O arranjo das empresas em redes integradas de negócios é uma
das soluções à equação. A dispersão de negócios e a busca de fornecedores pelo mundo são orientadas por vantagens competitivas.
José Álvarez, 45, professor do
Instituto de Empresa, da Espanha
(associado à FGV-Eaesp), avalia
que esse formato, combinado a
estruturas hierárquicas flexíveis,
tende a ser mais adotado.
A busca por mercados estrangeiros estará em alta. E ainda há
espaço a ser cavado. Álvarez nota
a baixa presença de produtos latinos na Europa: "A única marca
que me vem à cabeça é a Café da
Colômbia". Atenção especial a
emergentes, como China, Índia e
Rússia, deve ser considerada.
Em meio à negociação para a
criação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), as empresas não devem se escorar em protecionismos comerciais, indica
Daniel Spulber, 50, da Kellogg
School of Management. "Os executivos devem focar oportunidades no comércio mundial", opina.
O balanço social das corporações também ganhará maior
atenção nos próximos anos, uma
vez que as escolhas dos consumidores estarão mais atreladas a valores éticos. Outra preocupação
será a fidelização dos clientes.
Acidentes de percurso
A contínua calibragem do planejamento estratégico crescerá.
Contudo, tal como hoje, "acidentes de percurso" devem continuar
a surpreender os gestores.
Cuidados com integração de
pessoal e cultura local não pouparam a Rohm and Haas (indústria
química), que tem filial na Argentina, dos efeitos da recente crise
no país vizinho. Com a desvalorização do peso, no início de 2002, a
situação ganhou contornos inesperados, explica Mauro Trevisani, 38, diretor de desenvolvimento de negócios e planejamento estratégico para a América Latina.
"Adotamos um plano de contingência para minimizar perdas."
O ex-diretor do Banco Central
Luiz Fernando Figueiredo, 39, estima, entretanto, que melhores
perspectivas para a América Latina já despontam no horizonte. "A
volatilidade vai diminuir muito
no Brasil em 2004."
(SBR)
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