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SUA CARREIRA
Treinador de medalhista quer "executivos-atletas"
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar do terno e da gravata, o preparador físico José Rubens D'Elia entra em suas palestras manobrando
uma bicicleta. Treinador de atletas
como o campeão de iatismo Robert
Scheidt (medalha de ouro em Atenas), D'Elia diz acreditar que o mundo executivo precisa estar em forma
para render ao máximo. O princípio é
a linha condutora do livro "Fábrica de
Campeões - Preparação Física para
Gente de Sucesso" (ed. Gente, R$ 30),
lançado em março deste ano.
(TD)
Folha - Muita gente usa o trabalho
como argumento para não cuidar do
corpo. O senhor defende o contrário.
Sobrecarga de agenda e malhação não
são incompatíveis?
José Rubens D'Elia - De jeito nenhum. Sugiro o conceito de "academia virtual na sala de reunião", no
qual o local de trabalho pode ter uma
bicicleta ergométrica, e a secretária
pode agendar um horário para que o
executivo despache pedalando, por
exemplo. A atividade física cria oxigenação mental e leva a soluções.
Folha - O que é exatamente o "Fábrica de Campeões"?
D'Elia - É um método derivado da terapia esportiva no qual adaptei minha experiência para pessoas que trabalham muito e esqueceram o corpo.
A intenção é que elas sejam atletas
"workaholics". Agora vou lançar um
projeto homônimo no qual esportistas adotam grupos de empresários
para motivar, viram consultores deles. A tenista Joana Cortez deve adotar o primeiro grupo.
Folha - Quem utiliza?
D'Elia - Fernando Hernandez Júnior, empreendedor imobiliário, e
Antônio Herman, do mercado financeiro, adotaram o método plenamente.
Folha - Com que freqüência um profissional que ocupa cargo estratégico
deve treinar? E é melhor fazer esporte
antes ou depois do trabalho?
D'Elia - Cada um se compromete
com o seu projeto. Tem gente que
quer fazer todos os dias, mas sente
que vai falhar e reduz para três. O melhor horário, independentemente do
biótipo, é o primeiro horário da manhã. É quando há menos interferência dos problemas do dia.
Folha - Há um esporte ideal para o
executivo?
D'Elia - A corrida é um agente libertador: enquanto ele corre, continua
pensando. E pode ser praticada em
todo lugar, viajando. Mas não dá para
sugerir uma coisa que a pessoa não
gosta. Se ela já tem pouco tempo disponível, é óbvio que vai falhar.
Folha - Quem cuida do corpo tem
mais chances de ter sucesso profissional do que quem não cuida?
D'Elia -Um executivo que não se cuida é um atleta contundido. Trabalha
no limite, não está inteiro. As pessoas
se sedimentam no medo e começam a
lhes faltar muitas qualidades. A atividade física fomenta a auto-estima e
gera uma espécie de egoísmo produtivo. E faz a analogia a outras coisas.
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