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CARREIRA NA BALANÇA
Clima de começo de ano é propício para fazer retrospectiva e estabelecer novas metas profissionais
Desenvolver carreira exige planejamento
PAULA LAGO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Início de ano, férias, viagens, verão, nem pensar em trabalho... Se
você estiver entrando nessa sequência lógica, acorde e saia dela
o quanto antes. Isso porque agora, segundo consultores, é a melhor época para fazer uma retrospectiva profissional e rever seus
melhores e piores momentos.
Hora de relembrar clientes perdidos, promoções, contratos fechados, perda de emprego e fazer
um balanço de o que foi 2003 para
você no âmbito profissional. Depois da análise, parta para o planejamento de 2004, estabelecendo, para cada objetivo, prazo e estratégias para cumpri-lo.
"O profissional deve pensar em
como pode melhorar e em que a
empresa precisa que ele melhore:
se tem de aperfeiçoar idiomas, fazer novos cursos, modificar o
comportamento, buscar especializações", sugere Marcelo Mariaca, diretor-presidente da consultoria Mariaca & Associates.
"Se a organização deixa clara
sua opinião sobre o futuro do funcionário, isso é uma informação
preciosa. Se não deixa, cabe ao
empregado solicitá-la", emenda.
Um planejamento de 12 meses,
contudo, não é o bastante. "É importante sabermos como vai ser o
próximo ano, mas também como
vai ser o próximo emprego e como o profissional estará em dez
anos. Não [é necessário] estabelecer o salário exato e a empresa
[onde estará], mas sim o tipo de
cargo que quer ocupar, as atividades que quer fazer e o tipo de empresa [em que quer atuar]."
Para Luciana Sarkozy, sócia-diretora da Career Center, a carreira
deve ser pensada apenas uma vez.
"Você planeja qual será sua meta
principal uma vez. Agora, efetivamente pôr em prática essas ações
que vão levar você ao objetivo e
medir os resultados dessas ações é
algo contínuo", observa.
Contínuo e que requer disciplina: "A dificuldade está em colocar
esse plano em ação. Por mais que
você tenha um planejamento, não
há ninguém para cobrar os resultados, a não ser você".
Realmente, não há um chefe
que cobre a sua efetividade, que
veja se você tem dado a devida
atenção ao network (rede de contatos) ou que verifique se as metas
não foram muito altas, por exemplo. "O profissional tem de planejar aquilo que realmente vai fazer.
Não adianta se propor a fazer dez
palestras se só vai conseguir organizar uma", exemplifica Sarkosy.
O nível de ambição vai ser o responsável não só pela definição do
objetivo mas também pela periodicidade de se fazer um planejamento profissional, segundo
Thomas Case, fundador do Grupo Catho. "A ambição é o que faz
as pessoas irem atrás de um objetivo e, quando o alcançarem, correrem atrás de outros", explica.
Paulo Kretly, gerente-geral da
FrankleyCovey no Brasil, diz que
analisar como enxergamos o futuro tem de ser prioridade. "Não
só como profissional, mas como
membro de uma família, como
amigo, como cidadão. Cada pessoa exerce vários papéis, e essas
funções se entrelaçam", aponta.
Esse planejamento funciona
melhor se for feito por escrito,
pois "meta que não se escreve é só
um sonho". E sentencia: "Sem definir prazos e etapas factíveis não
há um comprometimento".
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