S?o Paulo, domingo, 04 de setembro de 2011

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Mercado tira pesquisadores de universidades brasileiras

Pós-graduados são recrutados para desenvolver produtos e alavancar vendas

Alexandre Rezende/Folhapress
A pós-doutora Rita Alves atua em multinacional, em SP

PATRÍCIA BASILIO
DE SÃO PAULO

Com a carência de mão de obra técnica no mercado de trabalho, empresas entram em universidades para assediar mestres e doutores. O intuito é reforçar o time de pesquisadores para adiantar tendências, desenvolver produtos e alavancar vendas.
Esse é o caso de Marcelo Nishikawa, 42, pós-doutor em genética pela USP (Universidade de São Paulo). Contratado pela multinacional Monsanto há 11 anos, hoje ele é gerente de biotecnologia.
A mudança de rota fazia parte da ambição de colocar em prática o conhecimento acadêmico. A dedicação exclusiva à universidade deu lugar a aulas esporádicas.
Para Maurício Rossi, diretor de RH da Roche Diagnóstica, "cientistas são fundamentais porque levam conhecimento técnico ao mercado".
Apesar da alta de 514% e 1.174% no total de mestres e doutores, respectivamente, formados de 2008 a 2009, fazer com que eles migrem para empresas é desafio. "Muitos recusam a proposta porque estão acostumados com a academia", explica Rossi.
Em 2009, 3.667 mestres foram intitulados. No mesmo ano, 968 doutores receberam diploma, segundo dados mais recentes da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
Pós-doutora em processos químicos, Rita Alves, 52, foi contratada há dois meses como gerente de inovação e tecnologia em processos petroquímicos da Braskem, de resinas, para gerenciar novo time de pesquisadores.
Após nove anos na academia, ela passou à iniciativa privada para "dar um passo" na carreira. "Quero trazer talentos da universidade para minha equipe", diz.


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