DE SÃO PAULO

Acostumados à rotina desafiadora e, ao mesmo tempo, independente, cientistas chegam ao mercado com gás para colocar em prática os conhecimentos acadêmicos.
Para que permaneçam motivados, no entanto, exigem flexibilidade, segundo gestores consultados pela Folha.
"É preciso dar espaço para eles argumentarem e sentirem-se parte do negócio", analisa Juergen Geiger, diretor de RH da Novartis.
A gestão desses talentos, acrescenta, deve ser feita sem que percebam. "Cientistas não gostam de ser geridos e não aceitam regras de superiores porque estão acostumados à independência da universidade", explica ele.
Para Edmundo Aires, vice-presidente de inovação e tecnologia da Braskem, permitir que pesquisadores mantenham vínculos com a universidade [por meio de congressos, bancas e aulas esporádicas] é uma forma de motivá-los a ficar na companhia.
"Essa flexibilidade é benéfica tanto para o empregado, que mantém antigos laços, quanto para a empresa, que permanece ligada às últimas novidades tecnológicas [desenvolvidas na academia]."

PREPARAÇÃO
Isso não significa que o ex-acadêmico seja afastado de cargos de gestão. Para ocupá-los, porém, tem de voltar à universidade -desta vez para cursos voltados ao mercado, como o MBA, em que são abordados temas como liderança e planejamento.
Após desenvolver pesquisas no setor de engenharia de alimentos na Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho), Simone Siebenkaess, 36, foi contratada há oito anos pela indústria alimentícia Nestlé.
Carente de experiência na área gerencial, decidiu cursar MBA em gestão de negócios na FGV (Fundação Getulio Vargas) neste ano. "Meu desempenho melhorou", diz ela, que é gerente de inovação e renovação da empresa.


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