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DIREITO E AVESSO
Disputada, profissão vive "era de extremos"
BRUNO LIMA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
De um lado, a defesa de causas
importantes, recompensada com
gordos salários. De outro, a banalização da profissão, com propostas de trabalho com rendimentos
de R$ 500 ao mês. Na balança do
mercado, profissionais de direito
se equilibram e buscam diferenciais para vencer a concorrência.
Só na cidade de São Paulo, segundo a OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), há 81.453 advogados. Em 2002, conforme estimativa do Ministério da Educação baseada no Provão, o Estado
ganhou quase 27 mil bacharéis
em direito. Neste ano, devem ser
76 mil os formandos no país todo.
Ser aprovado em um concurso
público, conseguir emprego em
uma grande companhia ou escritório e arriscar-se a abrir uma firma de advocacia são, segundo
consultores e profissionais da
área, as únicas chances de sobreviver nesse mercado competitivo.
Quem progride é bem recompensado. Diretores jurídicos, segundo pesquisa do Datafolha,
têm, em média, o terceiro maior
salário em empresas privadas de
médio e grande porte em São
Paulo (R$ 16 mil), atrás apenas de
presidentes e vice-presidentes.
Para quem começa, no entanto,
a história é outra. "Fui a várias entrevistas. Quando falavam o salário, eu desistia. Das 8h às 18h,
R$ 500, R$ 600. E isso bruto, fora o
que você vai gastar", conta o advogado Flávio Fadel, 26.
Enquanto estuda para um concurso para delegado federal, ele
firmou uma parceria com um colega que tem escritório: consegue
clientes e divide os lucros. "Há
meses em que dá para tirar
R$ 2.000, em outros, nem R$ 500."
Se o objetivo é atuar em um
grande escritório, o ideal é começar como estagiário -forma preferida de contratar. "O advogado
é criado na casa", explica Tércio
Chiavassa, 30, que passou pelo
processo no Pinheiro Neto Advogados, que tem 57 sócios e cerca
de 300 advogados contratados.
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