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TRABALHO X SAÚDE
Conjuntivite desfalca equipe nas empresas
DA REPORTAGEM LOCAL
Em pleno ritmo de retomada
das atividades após o Carnaval,
empresas de todas as áreas vivenciam, nos últimos dias, uma inesperada redução em suas equipes
provocada por afastamentos de
funcionários com conjuntivite.
A epidemia, que tem sido apontada como a de maiores proporções dos últimos 20 anos, é causada por vírus e tem como característica a facilidade de contágio.
"A doença é transmitida pela secreção produzida pelos olhos. No
trabalho, é comum que os contaminados manipulem outros objetos após coçarem os olhos, espalhando rapidamente o vírus", explica Ana Luísa Hofling de Lima,
chefe do departamento de oftalmologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Na agência de publicidade
Smart Marketing, em São Paulo,
três dos noves funcionários foram
afastados na última semana. Nem
mesmo as instituições da área de
saúde conseguiram driblar o surto de conjuntivite: no Hospital
São Paulo, profissionais de vários
níveis foram contaminados.
Na clínica Eye Care, mais de
50% dos atendimentos da última
semana tiveram conjuntivite como diagnóstico. O diretor e oftalmologista Renato Neves, 37, tem
visitado companhias e orientado
empregadores e empregados na
tentativa de frear a disseminação.
"Afastar o empregado contagiado é imprescindível. Também é
preciso redobrar a atenção com
higiene e reduzir o compartilhamento de objetos", ensina.
Ana Luísa de Lima diz que, se
não for possível afastar o doente, é
necessário que ele passe a trabalhar num espaço isolado. "Reunir
pessoas saudáveis com contaminadas alimenta a epidemia."
Conglomerados
Além da conjuntivite, outras
doenças encontram nos ambientes de trabalho condições ideais
para a sua rápida disseminação.
Gripe, hepatite, meningite e
pneumonia são exemplos.
"São doenças transmissíveis em
situação de conglomerados humanos. Quanto maior a concentração de trabalhadores dentro de
um espaço fechado, maior a infectividade", diz Arary da Cruz Tiriba, 78, professor voluntário da Escola Paulista de Medicina da Unifesp e especialista em infectologia.
(TATIANA DINIZ)
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