São Paulo, domingo, 07 de julho de 2002 |
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MERCADO Diversidade de produtos e de cargos abre caminho para a carreira em vendas Oportunidades em promoção
ISABELA LEAL FREE-LANCE PARA A FOLHA De uma caixa de fósforos a um avião. Se a premissa de que todo produto ou serviço é, por essência, comercializável, faz sentido a avaliação dos especialistas em recursos humanos de que a profissão na área de vendas é uma das mais requisitadas do mercado. Até pela diversidade de setores e cargos em que podem atuar, os profissionais da área geralmente concordam com esse diagnóstico. Oportunidades sempre aparecem. Apenas no banco de vagas disponíveis no Centro de Solidariedade ao Trabalhador e na Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho de São Paulo, há hoje mais de 3.400 postos abertos. Sem contar as chances oferecidas em pequenas e médias empresas, pródigas nesses cargos. O número de pessoas que trabalham no comércio (não só vendedores) na cidade de São Paulo chega a 400 mil. No Brasil, são cerca de 10 milhões, segundo a Federação dos Empregados no Comércio do Estado de São Paulo. Apesar da crise em alguns setores, como telecomunicações, construção civil e turismo, outros se mostram em plena expansão para os profissionais do segmento, como telemarketing, venda direta e representação comercial. O setor de venda direta ou porta a porta, por exemplo, emprega hoje cerca de 1,2 milhão de pessoas no país. O de corretagem de seguros, outra vertente em alta, deve gerar de 10 mil a 12 mil vagas nos próximos cinco anos, calcula a Federação Mundial de Seguros. "Temos um fluxo constante de novos integrantes", afirma Ivan Capdeville, 37, coordenador da Unibarsa, centro de formação de colaboradores da Barsa Planeta -que ficou conhecida pela comercialização de enciclopédias e hoje é mais ligada à multimídia. Migração No passado, a profissão de vendedor chegou a ser vista como uma alternativa de fácil colocação no mercado, por não exigir do profissional uma formação específica -principalmente para cargos de menor responsabilidade. "Daí a intensa migração que ocorreu para a área", confirma Marinho de Jesus, 43, diretor de cursos e treinamentos da ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil). Mas esse quadro mudou. Na maioria dos casos, é preciso, sim, uma formação e um preparo mínimos. "Independentemente da área em que vai atuar, o vendedor deve ter conhecimento do mercado. É recomendável até que se especialize por meios de cursos e treinamentos específicos", explica Tadeu Moraes de Souza, 41, coordenador-geral do Centro de Solidariedade ao Trabalhador. E os profissionais já estão cientes de que precisam se armar de informações para atender bem. "Aprendo muito sobre produtos e cuidados de beleza e transmito os conceitos às minhas clientes", conta Eliane Alves Beppler, 30, consultora de beleza da Natura. Válvula de escape Essa regra é quase lei no caso de marcas e produtos sofisticados ou específicos, como os de informática. Certas empresas só querem saber de candidatos com nível superior, pois a concorrência pelas vagas possibilita essa exigência. Por isso o setor de vendas já não é tão visto como válvula de escape de outras áreas. "Há carência de bons profissionais, apesar de ainda existir um imediatismo que leva muitos a migrar para vendas sem preparo", diz Celso Minoro, 44, sócio da Abyara (imóveis). Para Valentina Caran, 48, dona de rede de imobiliárias em São Paulo e que foi vendedora de enciclopédias, "o mercado sempre vai ter lugar para bons vendedores". Próximo Texto: Altos e baixos: Na balança dos rendimentos Índice |
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