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PENDURANDO O CAPACETE
Crise no setor produtivo estimula migração para bancos
Companhias do setor financeiro mantêm profissional bem cotado
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A absorção de engenheiros pelo
mercado financeiro já é fenômeno corriqueiro nos Estados Unidos. No Brasil a moda é recente,
mas segue o mesmo caminho rumo à consolidação da prática.
Para o ex-ministro do Trabalho
Walter Barelli, esse movimento
no mercado de trabalho pode ser
entendido como um reflexo da
atual conjuntura. "Enquanto não
houver crescimento na economia,
não teremos grandes obras públicas, o que significa que a indústria
da construção não crescerá."
O secretário do Trabalho da
Prefeitura de São Paulo, Márcio
Pochmann, avalia que o desaquecimento no setor de construção
civil também ajuda a entender a
migração de muitos engenheiros
para as finanças. "A indústria se
retraiu nas últimas décadas."
Hoje existem cerca de 754 mil
engenheiros registrados no Brasil,
segundo os cadastros do Confea
(Conselho Federal de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia) e do
Ministério do Trabalho.
Como nem as linhas de produção nem o setor financeiro juntos
conseguem absorver tanta mão-de-obra, a migração desses profissionais se estende também às
áreas comerciais e de vendas.
É o caso de Paulo Dessen Siqueira Brito, 25, engenheiro eletricista,
que atua na área de vendas na GE
Sistemas Industriais (fornecedora
de equipamentos para a indústria
e para concessionárias de distribuição de energia).
Para vender, diz, o conhecimento técnico é essencial, mas não
basta. "Na faculdade, não estudei
nada de marketing nem de administração. Aprendi na prática,
acompanhando os vendedores."
Para ele, o diferencial do engenheiro é saber identificar a raiz
dos problemas. "É uma forma de
pensar muito valorizada por
quem contrata", completa.
Colaborou Bruno Lima
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