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PESQUISA DATAFOLHA
Variação média dos salários foi de 13,51%; levantamento foi realizado em 113 empresas da Grande São Paulo
Reajuste salarial supera inflação em 2003
BRUNO LIMA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Os reajustes salariais na Grande
São Paulo ficaram em média 33%
acima da inflação no primeiro
ano do governo Lula. A conclusão
é da pesquisa Bolsa de Salários, do
instituto Datafolha, que coletou
mensalmente dados sobre a variação salarial no ano passado.
De dezembro de 2002 a dezembro de 2003, a variação média dos
salários ficou em 13,51%. No mesmo período, a inflação acumulada, de acordo com o IPC (Índice
de Preços ao Consumidor do Município de São Paulo), da Fipe
(Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas), foi de 10,15%.
Nos outros dois anos em que a
pesquisa foi feita, a variação salarial ficou abaixo da inflação: de
dezembro de 2001 a dezembro de
2002, o reajuste médio foi 17,44%
inferior e, de janeiro de 2001 a setembro de 2001, 53,68% menor.
A construção civil foi o segmento pesquisado que obteve os
maiores reajustes no ano passado.
O aumento médio no setor foi de
19,05% -variação de até 19,44%
na construção pesada e de 18,72%
na construção civil-, dividido
em duas partes (a primeira em
maio e a segunda em agosto).
Em segundo lugar, ficou a indústria, com 15,68%, seguida pelo
comércio (14,35%) e pelo setor de
serviços (10,20%). Em todos os
segmentos, a variação salarial foi
maior do que a inflação.
Em 2002, o comércio teve o
maior índice -10,23%- e foi
o único setor com reajuste superior à inflação. Naquele ano, o IPC
registrado foi de 9,92%. A construção civil teve 9,15%, a indústria, 8,75%, e os serviços, 7,34%.
Dieese e IBGE
Dados de outros institutos de
pesquisa mostram quadro menos
animador em relação ao que
ocorreu no ano passado. Os estudos, no entanto, além de terem focos diferentes, também utilizam
metodologias distintas.
Balanço divulgado pelo Dieese
(Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) referente ao primeiro
semestre de 2003, no entanto, revelou o pior desempenho em negociações salariais de primeiro semestre desde 1999. O Dieese ainda
não divulgou dados referentes ao
segundo semestre de 2003.
Os números mostram que 54%
das negociações de salário registradas pela entidade no primeiro
semestre resultaram em reajustes
inferiores à variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), calculado pelo IBGE
(Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística). O índice
tem sido usado como parâmetro
para a recomposição dos salários
em negociações coletivas.
Já segundo a Pesquisa Mensal
de Emprego do IBGE, entre os dez
últimos meses de 2002 e os dez últimos meses de 2003, o rendimento médio real das pessoas ocupadas caiu 12,9%. O rendimento
médio correspondente aos 12 meses de 2003 foi de R$ 864,18.
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