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sua carreira
Pai deve incentivar interesses de filho na escolha da profissão
Oferecer contatos aumenta as opções para jovens
MAÍRA TERMERO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quem é pai passa pelo dilema
cedo ou tarde. Quando chega a
hora de os filhos escolherem a
carreira, é difícil dosar a vontade de orientar com a necessidade de deixar que decidam por si.
O dilema é acirrado pelas
mudanças rápidas do mercado
de trabalho e pelos desafios
propostos aos jovens.
"Os pais vêem que a vida profissional não é mais definitiva
como antes", diz Dulce Helena
Penna Soares, coordenadora
do Laboratório de Informação
e Orientação Profissional da
UFSC (Universidade Federal
de Santa Catarina).
A opção dos pais por orientar
a prole, no entanto, não precisa
ser impositiva. "O pai pode colocar seus contatos à disposição
dos filhos, que não têm "network" formado", aconselha a
"headhunter" Patrícia M. Epperlein, sócia-diretora-geral da
consultoria Mariaca.
Na casa do economista Newton Martins Neiva Júnior, 54,
presidente da Visa Vale, o trabalho é assunto do jantar de família. A interação foi fundamental na escolha da carreira
do filho mais velho, o administrador de empresas Newton
Martins Neiva Neto, 26, coordenador de preços da Sadia.
"Quando era pequeno, meu
pai chegava em casa de terno e
gravata e eu sabia que ele lidava
com algo importante. Sempre
tive motivação para me superar, fazer ainda mais", diz Neto.
Neiva conta que procurou
passar sua experiência. "Se
cheguei até aqui, sei o caminho
das pedras", diz o economista,
que levou o filho para conversar com seus colegas assim que
ele decidiu pela vida executiva.
Interesses
É ainda na infância que a atitude dos pais auxilia na decisão
futura do filho. A principal
recomendação nessa fase é promover atividades que despertem interesses na criança.
"Hoje, as pessoas crescem
em redomas, sem oportunidade de experimentar. Como vão
decidir o que querem?", questiona Soares. Ela aconselha os
pais a ficarem atentos às preferências dos filhos.
Para a psicóloga Mariá Giuliese, diretora-executiva da
Lens & Minarelli, nesse processo, a família deve tentar orientar antes de pedir ajuda profissional externa. "O pai, preocupado em ser reconhecido na
profissão, terceiriza o papel de
facilitar a decisão do filho."
A presença paterna foi marcante nas escolhas da advogada
criminalista Eleonora Rangel
Nacif, 31. Filha do também
advogado criminalista Mauro
Otávio Nacif, 63, trabalha com
ele há cerca de dez anos.
A pressão de seguir a trilha
do pai, há muitos anos no ramo,
fez com que ela escolhesse um
jeito próprio de trabalhar. "Somos muito diferentes. Ele é
engraçado, alegre, piadista. Eu
levo tudo a sério", descreve.
O pai tentou não conduzir
demais os rumos da filha.
"Sempre me policiei para não
influenciar ou ofuscar. No
começo, fiz questão de "jogá-la
na fogueira", para dar espaço e
oportunidade", diz Nacif.
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