Secretaria da Fazenda de SP seleciona 600 profissionais em 2009

RAQUEL BOCATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ter fundamentos de direito e lidar tranquilamente com contabilidade. Quem quer se candidatar a uma das 600 vagas de agente fiscal de rendas do Estado de São Paulo (leia mais no texto ao lado) e crescer na carreira deve ainda apostar em outra característica: talento para a investigação.
O trabalhador é uma espécie de Sherlock Holmes, compara o presidente do Sindicato dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo, Lauro Kuester Marin, citando personagem criado pelo escritor britânico Sir Arthur Conan Doyle.
Quem explica a analogia é o agente fiscal de rendas Renato Michel Bosso, 34. O profissional, que precisa contar com curso superior completo e tem como função a fiscalização direta de tributos estaduais, deve fazer um extenso mapeamento e identificar evidências para provar fraudes e sonegações.
O trabalho começa com uma auditoria informatizada nos dados da Secretaria da Fazenda, que apontará possíveis focos de irregularidade. O próximo passo é visitar a empresa para verificar se o pagamento de tributos está em ordem.
"Tem de buscar notas fiscais, controles, livros. São caixas e caixas de documentos", conta. É preciso, afirma, reunir provas que comprovem a sonegação.
Uma equipe de especialistas analisa a papelada, em um processo que pode durar 180 dias.
Dar fim às pendências, porém, é tarefa hercúlea. "Muitas vezes, é necessário trabalhar nos fins de semana e à noite para cumprir metas", destaca Bosso, que menciona o excesso de trabalho como o único aspecto negativo da carreira.
"Essa é uma profissão de alto nível, com excelente remuneração e oportunidade de aprimoramento profissional constante [subsidiado pelo governo estadual]", contrapõe Bosso.


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