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Laço afetivo no trabalho nem sempre foi aceito
FREE-LANCE PARA A FOLHA
As relações entre afetividade e trabalho passaram
por três momentos históricos, de acordo com análise
do professor Wanderley Codo, do Laboratório de Psicologia do Trabalho da UnB.
Antes da Revolução Industrial (século 19), o clima era
de maior "promiscuidade"
entre os dois. "Vieram então
o taylorismo e o fordismo,
inaugurando uma era de racionalização, de separação."
O taylorismo, por exemplo, consistia em maximizar
o rendimento da mão-de-obra por meio de uma análise detalhada de cada tarefa
dos trabalhadores.
"Na época, acreditava-se
que a família era o lugar do
afeto, e o trabalho, o da racionalidade. Não se podiam
reunir mais do que quatro
pessoas depois do trabalho
para não criar laços. Esse
projeto começou a se dissolver nos anos 20, quando um
grupo de mulheres trabalhando juntas teve sua produtividade aumentada, graças ao vínculo afetivo", diz
Codo, citando experiência
do sociólogo australiano Elton Mayo (1880-1949).
Algumas empresas chegavam a programar cursos em
que, depois do expediente,
os funcionários "aprendiam" a ser amigos.
"Se nesse período começaram a acreditar que separar
as pessoas com vínculos de
afeto era um projeto falido,
nas décadas de 80 e 90 houve
novamente um movimento
nesse sentido. Mas atualmente as empresas entenderam que, se não é possível
derrubar a árvore, deve-se
abraçá-la", afirma o pesquisador da UnB.
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