São Paulo, domingo, 13 de junho de 2004

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Laço afetivo no trabalho nem sempre foi aceito

FREE-LANCE PARA A FOLHA

As relações entre afetividade e trabalho passaram por três momentos históricos, de acordo com análise do professor Wanderley Codo, do Laboratório de Psicologia do Trabalho da UnB.
Antes da Revolução Industrial (século 19), o clima era de maior "promiscuidade" entre os dois. "Vieram então o taylorismo e o fordismo, inaugurando uma era de racionalização, de separação."
O taylorismo, por exemplo, consistia em maximizar o rendimento da mão-de-obra por meio de uma análise detalhada de cada tarefa dos trabalhadores.
"Na época, acreditava-se que a família era o lugar do afeto, e o trabalho, o da racionalidade. Não se podiam reunir mais do que quatro pessoas depois do trabalho para não criar laços. Esse projeto começou a se dissolver nos anos 20, quando um grupo de mulheres trabalhando juntas teve sua produtividade aumentada, graças ao vínculo afetivo", diz Codo, citando experiência do sociólogo australiano Elton Mayo (1880-1949).
Algumas empresas chegavam a programar cursos em que, depois do expediente, os funcionários "aprendiam" a ser amigos.
"Se nesse período começaram a acreditar que separar as pessoas com vínculos de afeto era um projeto falido, nas décadas de 80 e 90 houve novamente um movimento nesse sentido. Mas atualmente as empresas entenderam que, se não é possível derrubar a árvore, deve-se abraçá-la", afirma o pesquisador da UnB.


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