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Trabalho provisório rende experiência permanente
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Ganhar vivência, aprender novas funções ou juntar dinheiro.
São muitos os motivos que levam
os profissionais a buscar trabalho
temporário, o que não esconde,
porém, a crise e a falta de expectativa no mercado formal.
Nigéria Kelly Ramos Bueno Assunção, 23, hoje atendente de
operações do parque temático
Hopi Hari, ficou quatro anos desempregada. Nas férias de janeiro
deste ano, ela conseguiu uma vaga temporária no parque, na área
de alimentos e bebidas. Essa foi a
primeira vez em que atuou na
função, mas isso não a intimidou.
Assunção trabalhou como temporária durante três meses. No
último dia do contrato, soube que
se tornaria funcionária fixa.
"O serviço temporário funciona
como um período de experiência.
Do número total de profissionais,
cerca de 90% são efetivados e permanecem no parque", afirma o
diretor de operações do Hopi Hari, Decio Honorato Alves.
Duradouro
Sorte igual não teve o estudante
de administração de empresas
Luciano Sachetti Merher, 24, que
há três anos trabalha como temporário na divulgação de produtos para a Bullet Promoções.
Ele chega a ganhar R$ 2.500 por
mês como supervisor de equipe
de promoção. "Tenho bons contatos na noite paulistana. O dinheiro que ganho só depende do
meu desempenho. É claro que
queria ser contratado, mas não
consigo arrumar emprego fixo."
Já para a estudante de hotelaria
Bruna Nogueira Dompieri, 20, ser
temporária foi opção própria.
Depois de acampar por dez
anos, decidiu ser monitora de
acampamento de férias. "Gosto
muito de recreação e queria ter
uma experiência de trabalho", diz
Dompieri, no cargo desde 2000.
Ela trabalha nas férias e nos feriados e diz que o fato de ser temporária é ponto a seu favor. "Quero ter emprego fixo no futuro,
mas agora preciso de mais tempo
para estudar e fazer cursos."
Globalizados
Muitos estudantes também
aproveitam as férias para ganhar
vivência no exterior. A engenheira civil Tatiane Rodrigues Costa,
23, vai estagiar por seis semanas
em uma empresa na Hungria.
Ela se inscreveu em um programa de "internship" (curso de inglês associado a estágio). Investiu
cerca de R$ 3.500 em passagens
aéreas, taxa de intercâmbio e taxa
de inscrição do estágio.
Na Hungria, terá gastos com alimentação, mas o alojamento fica
por conta da empresa. O salário
mensal será de cerca de R$ 700.
O investimento, segundo Costa,
vai valer a pena. "Quero aprimorar meu domínio de inglês, ganhar conhecimento e aprender
novas formas de trabalho."
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