São Paulo, domingo, 17 de agosto de 2003 |
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IDIOMAS FORMAS DE APRENDER Mercado oferece grande variedade de opções para exercitar ou aprender línguas Objetivo do estudante define a melhor estratégia de ensino
PAULA LAGO FREE-LANCE PARA A FOLHA Pela internet, pelo telefone, no restaurante, no shopping, fazendo trilha, jogando futebol ou até na sala de aula. São tantas as modalidades de curso de línguas que o aluno pode ficar perdido. Afinal, quanto essas formas influenciam no aprendizado? Segundo especialistas, todo contato com o idioma é válido, desde que haja conteúdo e professores preparados. O objetivo de cada técnica deve ficar claro, e isso independe da língua. O que muda no ensino de uma ou outra é o foco: no espanhol, a diferenciação com o português, por exemplo. "Aprende-se da forma mais tradicional, com um bom professor e material de apoio idem. As técnicas novas dão maior dinâmica e fazem o aluno exercitar o que já sabe, mas não há aprendizado", avalia Anna Maria Carmagnani. Professora-doutora do departamento de letras modernas da USP (Universidade de São Paulo), especializada em linguística aplicada ao ensino de línguas, ela diz que "essas atividades surgiram para diversificar a oferta de cursos, motivada pela alta procura". O ensino de idiomas sofreu muitas modificações. Do antigo método estruturalista, focado na redação e nas estruturas gramaticais, em que ninguém falava, passou-se, nos anos 50, para o audiolingual, marcado pela repetição mecânica (a fase do "the book is on the table"). Hoje a abordagem mais utilizada é a comunicativa, que expõe o aluno a situações reais. E, mesmo que não fale perfeitamente, a meta inicial é tentar se comunicar e ser entendido. "Cada um tem seu estilo de aprendizado, e o aluno tem de se tornar autônomo para perceber em qual se encaixa", diz Ana Maria Caserta Scatena, consultora pedagógica do Senac-SP. A analista Franciene Cristina Rebechi, 23, passou por vários cursos de inglês. Tentou um que garantia fluência em dois meses, um por correspondência, com sessão de dúvidas a cada dez dias, um pela internet, além dos tradicionais. "Dão resultado, mas me identifico com o convencional, numa escola que dê recursos." Sejam quais forem a técnica, a estrutura e o professor, o fator decisivo é o aluno. "Ele só aprende se quiser", conclui Carmagnani. Próximo Texto: Conversação Índice |
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