|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DURAÇÃO
Organizações se atêm mais ao perfil do que à extensão da pós-graduação dos profissionais
Curso longo não assegura emprego
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A suspeita de que cursos de
pós-graduação longos dêem
maior peso ao currículo não é
confirmada no mercado de trabalho. Qualidade do programa,
prestígio da escola e competência
do corpo docente devem ser avaliados antes do critério duração.
Nessa convergência de fatores, o
tempo é relativo e, mais uma vez,
é preciso que a rotina seja analisada, tendo em vista a disponibilidade de dedicação aos estudos.
"Não se pode dizer que um curso é melhor porque é mais longo.
Um curso de 360 horas/aula bem-feito pode ser melhor do que um
de 500 horas/aula", diz Flávia Feitosa Santana, diretora de pós-graduação do Senac São Paulo.
A crença de que os mais extensos saem na frente é derrubada
também na hora da contratação.
"A chance não é maior para quem
fez um MBA longo", avalia Laura
Mello, diretora de pesquisa da
consultoria de RH Mariaca & Associates. Experiência, maturidade
e fluência em línguas são também
consideradas na escolha.
"Para nós, importa mais o potencial da pessoa", acrescenta Petros Katalifós, gerente-geral de
captação, desenvolvimento e performance da Siemens. O executivo pondera, contudo, que as horas a mais ajudam na convocação
para a entrevista, quando se percebe o grau de absorção de conhecimento do aspirante ao cargo.
"Mas é o máximo que isso pode
influenciar", avalia Katalifós.
O MEC (Ministério da Educação e Cultura) estabelece que a
carga horária mínima para cursos
de MBA e de especialização é de
360 horas/aula. Os MBAs empresariais e executivos com módulos
internacional costumam ser os
mais longos, com duração média
de um a dois anos.
O diretor do IAG (escola de negócios da PUC do Rio), Paulo César Mota, diz que 360 horas presenciais são ideais para o MBA e
dão ao aluno tempo para estudar.
"Não adianta freqüentar o curso e
não estudar depois."
Para Luca Borroni-Biancastelli,
diretor acadêmico da Escola de
Direção de Empresas da Fisp (Faculdades Integradas de São Paulo), cursos com mais de 450 horas
são consistentes. "Um MBA empresarial de 360 horas/aula é pouco para dar visão abrangente."
Na seara das especializações, as
cargas variam bastante conforme
área e complexidade. Saúde agrega as maiores durações. A Universidade de São Paulo, por exemplo,
estabelece que esses cursos sejam
realizados no período de seis meses a, no máximo, dois anos.
A pró-reitora de pós dessa universidade, Suely Vilela, condiciona a carga horária ao objetivo do
programa. Para ela, os cursos de
menor duração são focados na
atualização, e os mais longos
aprofundam conhecimentos.
Quanto aos programas "stricto
sensu", o tempo máximo para
concluir o mestrado na USP é
quatro anos e, para o doutorado,
cinco a seis anos, conforme decisão de cada unidade. Contudo,
para a concessão de bolsas, a Capes recomenda que o mestrado
não supere quatro semestres letivos, e o doutorado, oito semestres.
(SBR)
Texto Anterior: Estudante de SP passa os sábados em MBA no Rio Próximo Texto: Programação intensiva exige equilíbrio maior Índice
|