|
Texto Anterior | Índice
sua carreira
Dedicação antecede a erudição em orquestras
Apesar de pequeno, mercado para músicos abre oportunidades no país
IGOR GIANNASI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O público que for apreciar as
atrações do Festival Internacional de Inverno de Campos
do Jordão, que encerra sua 39ª
edição no próximo domingo,
pode contar que, por detrás
dos acordes refinados e afinados das orquestras, estão anos e
mais anos de estudo e de dedicação dos instrumentistas.
"Quando você entra numa
orquestra de música erudita,
assume uma rotina séria de
ensaio", conta a violinista Bárbara Galante, 17, que tocou no
festival em orquestra de câmara de instrumentos de corda.
Há 12 anos, Galante se dedica
ao violino. Mais adiante, diz, irá
se aperfeiçoar no exterior.
Movimentos como a reestruturação da Osesp (Orquestra
Sinfônica do Estado de São
Paulo), iniciada há mais de uma
década, permitiram que músicos vislumbrassem seguir carreira no cenário erudito.
"Há um mercado de trabalho.
As orquestras, tendo melhorado em qualidade, são reconhecidas pelas suas entidades
mantenedoras", comenta a
coordenadora pedagógica da
ULM (Universidade Livre de
Música), Aída Machado.
Ainda assim, o maestro João
Maurício Galindo aponta que
no Brasil há "muita mobilidade
entre os músicos eruditos".
"Mesmo atuando em orquestras profissionais, têm de se dividir em outras atividades.
Trompetistas são muito requisitados para casamentos",
exemplifica Galindo, que é diretor artístico-pedagógico da
Orquestra Jovem do Estado.
As orquestras jovens, como
as da Osesp, da ULM e da Orquestra Sinfônica Brasileira,
costumam ser a porta de entrada dos novos talentos. Para essas seleções, geralmente são
abertos editais, em determinados períodos do ano, e os aprovados recebem bolsa de estudo.
Acordes da carreira
As orquestras sinfônicas profissionais também realizam
concursos para preencher seus
quadros. A posição mais importante numa orquestra -após o
regente- é a do "spalla", ou o
primeiro violino, que é o "gerente musical" da orquestra.
Ao longo da carreira, dentro
de cada naipe de instrumentos,
o músico se aprimora e galga
passos para a primeira posição.
"Quem está na última fila está menos preparado", explica
Machado.
Texto Anterior: Mural Índice
|