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FARTURA NO DESERTO
Salários "tax free" atraem brasileiros para vagas em Dubai
Segurança e conforto são outros benefícios apontados
MARIA CAROLINA NOMURA
DA REPORTAGEM LOCAL
Na esteira da abertura, há
menos de um ano, de vôos
diretos entre São Paulo e Dubai, passaram a embarcar para
o Oriente Médio não apenas
turistas rumo ao exotismo e à
efervescência do emirado mas
também profissionais em busca de altos salários, baixos
impostos e qualidade de vida.
Dubai, que fica nos Emirados
Árabes Unidos, é um canteiro
de obras de luxo dentro de uma
nação que cresce mais do que a
média mundial.
Segundo o Departamento de
Turismo de Dubai, a presença
de latino-americanos no emirado cresceu 56% em 2007, se
comparada ao ano anterior.
Para suprir a demanda de
mão-de-obra qualificada -sobretudo a de engenheiros, médicos e profissionais ligados
ao turismo e à indústria química-, o país recruta trabalhadores do mundo inteiro. Estimativas apontam que 8 em cada 10
pessoas que vivem atualmente
no emirado são estrangeiros.
De acordo com a Embaixada
do Brasil na capital Abu Dhabi,
existem 817 brasileiros registrados no setor consular. Boa
parte desse contingente trabalha para a estatal Emirates Airlines, que tem abertas mais de
150 vagas para comissários de
bordo, entre outros cargos.
Diego Meneghetti, 25, é um
dos que trocaram a capital paulista por Dubai para atuar como
comissário. "É covardia comparar qualquer companhia aérea brasileira com a Emirates.
Eles possuem uma infra-estrutura impecável", destaca.
O chamado salário "tax free"
(ou livre de impostos) é outro
chamariz de Dubai, principalmente para os brasileiros, que
aqui deixam quatro meses da
renda mensal para o governo.
Para Rinaldo Ribeiro, 33, gerente de segurança de informação de um banco, os rendimentos por lá são "muito maiores
do que no Brasil". Há três anos
no emirado, ele não pensa em
retornar tão cedo: "A minha
qualidade de vida é muito superior à que tinha no Brasil".
A segurança também é um
ponto positivo, na visão de
Marcelo Cunha, 40, que representa produtos brasileiros.
Concorrência
Apesar dos atrativos, nem tudo é simples nessa busca pelo
eldorado.
Quem pretende se aventurar
no deserto deve enfrentar obstáculos dos mais diversos, como a concorrência de indianos
e paquistaneses que fornecem
mão-de-obra qualificada e por
valores bem mais baixos.
"O brasileiro deve ter, no mínimo, inglês fluente e um diploma de nível superior", sugere
Cecília Reinaldo, 27, sócia de
uma imobiliária em Dubai.
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