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Análise
Estrangeiros se dividem entre imigrantes e expatriados
CÁSSIO AOQUI
ENVIADO ESPECIAL A DUBAI
Uma ilha da fantasia cheia de
paradoxos. Essa é a primeira
-e, por vezes, também a última- imagem de muitos que
viajam a Dubai, seja a turismo,
seja por razões profissionais.
Em pleno deserto, entre
imensos jardins regados com
água em fartura, não há nada de
prosaico no mais conhecido
dos Emirados Árabes Unidos.
O maior shopping do mundo,
sob a mais alta torre do planeta;
o único hotel que se autoproclama sete estrelas; o maior
parque temático da história.
Nesse território islâmico quase
nada conservador em comparação com a Síria, a Jordânia ou
o Irã, o superlativo brota do que
há algumas décadas era areia.
O governo local orgulha-se
em dizer que 1 em cada 5 gruas
em atividade no mundo hoje
está em Dubai. Para sustentar
esse crescimento -não necessariamente sustentável-, uma
horda de profissionais chega
diariamente de várias partes.
Há, contudo, uma nítida distinção de classes entre os estrangeiros. De um lado, estão os
imigrantes, sobretudo filipinos,
indianos e paquistaneses, com
salários de menos de US$ 300
mensais na construção civil.
Do outro, os expatriados, que
dividem com os árabes as benesses dos petrodólares.
Nos quilométricos shoppings
do emirado, impossível não notar as "Janes", como são apelidadas as mulheres dos executivos, que se desdobram entre
compras e chás com as colegas.
O viajante atento no vôo da
Emirates, contudo, percebe nas
entusiasmadas conversas de
brasileiros que cruzam o Atlântico para trabalhar uma camada intermediária. São profissionais do "middle management",
que ainda terão a tarefa de desvendar em que lugar ficarão
nessa escala de extremos.
O jornalista viajou a convite da WTTC
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