|
Próximo Texto | Índice
MAIS POR MENOS
Reestruturação determina alvos dos cortes
Fabiana Beltramin/Folha Imagem
|
O executivo Nicolino Eugênio da Silva Junior foi demitido e resolveu apostar na continuidade dos estudos para voltar ao mercado |
BRUNA MARTINS FONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA
TATIANA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
O engenheiro de produção César Augusto Mastrocinque, 37,
era gerente de marketing de uma
indústria de eletrodomésticos que
vinha tendo resultados ruins. Foi
trocado por outro que aceitou trabalhar por um salário menor.
"Tenho certeza de que estava contribuindo com a companhia. Mas
a minha posição não existe mais."
Não raros, casos como o de
Mastrocinque mostram que obter
uma boa posição nem sempre é
garantia de ser "intocável" no emprego. Na hora do aperto, empresas olham o valor da folha de pagamentos para reduzir gastos e,
muitas vezes, trocam um profissional com bom salário por substitutos ganhando menos.
Longe de serem demitidos por
pouca produtividade ou inadequação ao posto, os preteridos
acabam perdendo o cargo devido
a reestruturações das empresas,
como corte de gastos ou processos de fusão e de aquisição.
"São as maiores causas das demissões hoje", confirma Gilberto
Guimarães, 50, diretor da BPI no
Brasil. Essa foi a conclusão a que
chegaram as filiais da companhia
em outros países presentes em
um fórum realizado em 2001.
Tendência generalizada
Para Matilde Berna, 44, gerente
de "career transition" da consultoria Right Saad-Fellipelli, esse tipo de desligamento tende a crescer mais do que as demissões por
problemas de performance.
Alguns setores recentemente viveram essa situação -como os
de telecomunicações, informática
e serviços financeiros, além das
indústrias farmacêutica e automobilística-, mas os consultores
dizem que ela já se generalizou
para todo tipo de empresa.
E uma opinião é unânime: nesses casos, só fica quem se mostra
indispensável para o presente e
para o futuro da companhia.
"O foco das empresas está no
quanto seus profissionais podem
agregar valor ao negócio. Critérios como idade e salário são secundários na maioria das vezes",
completa João Mendes de Almeida, 59, consultor-sênior da DBM.
Próximo Texto: Custos com pessoal preocupam as companhias Índice
|