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MAIS POR MENOS
Desligamento da empresa pode significar recomeço
FREE-LANCE PARA A FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de parecer uma ameaça
ao planejamento de carreira de
muitos, ser dispensado durante
uma reestruturação também pode representar uma conversão
positiva na vida profissional.
O engenheiro Giovanni Spelta,
40, sempre quis dar aulas, mas
nunca pôde assumir a vocação integralmente. Atuava como gerente de processos de produção havia
dois anos quando seu setor foi extinto durante uma reestruturação
da empresa no final de 2001.
Ele resolveu, então, aproveitar o
mestrado e a breve experiência
como docente para retomar sua
vontade antiga. Hoje, além de dar
aulas, atua como consultor.
"Quando fui cortado, pensei
que era velho demais para começar outra carreira, mas foi a oportunidade de fazer o que gostava."
Na hora certa
Esse redirecionamento é questão de projeto de vida, na opinião
do consultor Gilberto Guimarães,
da BPI. "O profissional precisa ter
profundo conhecimento de si
mesmo, gerenciar a carreira como
um negócio, investir em experiência e enriquecer a network
[rede de contatos pessoais"",
completa Gutemberg de Macedo,
57, da Gutemberg Consultores.
E não é preciso esperar pela hora da guilhotina para fazer essa
auto-análise. "O melhor momento é no auge da carreira, quando a
pessoa sente que vale mais", afirma a consultora Matilde Berna.
Foi o que fez Paulo Luz, 51. Enquanto a empresa passava por
uma reestruturação, não esperou
pelo cartão vermelho. "Pedi demissão depois de 22 anos. Queria
desenvolver outras potencialidades e senti que não teria espaço."
Hoje está abrindo sua própria
consultoria em recursos humanos. "Aproveitei minha experiência e os contatos que fiz", afirma.
"De molho"
Depois da demissão, o melhor
que se pode fazer, dizem os especialistas, é continuar tocando os
projetos e não se acomodar ou se
deixar contagiar pelo desânimo.
Para isso, vale pesar as competências e o conhecimento acumulado para definir que tipos de empresas podem ser potenciais empregadoras. Além de todos esses
fatores, consultores enfatizam a
importância da atualização para
se manter "empregável".
Essa foi a opção de Nicolino Eugênio da Silva Junior, 40, desligado de uma empresa onde trabalhou por oito anos. "Encarei a demissão como uma oportunidade.
Não poderia voltar ao mercado da
mesma maneira que saí", conta
Junior, que aproveitou os sete meses "de molho" para pensar sobre
sua carreira, reciclar conhecimentos e se dedicar mais à família.
A tática deu certo. Junior conseguiu outro emprego na mesma
área e com o mesmo salário. Agora se prepara para encarar um
MBA (Master in Business Administration). "Tudo depende da
disposição do profissional diante
do problema", arremata.
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