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saúde corporativa
Rouquidão afeta a maior parte das professoras
Estudo constata que 12,9% delas têm nódulos nas cordas vocais
IGOR GIANNASI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Chega sexta-feira e a professora de inglês Sônia Ferreira,
que dá aula há 15 anos, percebe
que a sua voz não é mais a mesma. A sensação de falar "mais
grosso" é comum após uma
semana dividida entre um colégio e uma escola de idiomas.
As alterações vocais são rotina para boa parte das professoras, indica um estudo realizado
em conjunto pela UFBA (Universidade Federal da Bahia) e
pela UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana), publicado em junho.
Das 747 professoras da rede
municipal de ensino de Vitória
da Conquista (BA) entrevistadas, 59,2% sentiram rouquidão
nos seis meses anteriores.
Foi constatado ainda que
12,9% das professoras já haviam desenvolvido nódulos
(popularmente chamados de
calos) nas cordas vocais.
As complicações de voz encontradas no estudo são representativas do que acontece entre as docentes no país, segundo Eduardo Reis, professor do
Departamento de Medicina
Preventiva da UFBA.
Para ele, isso prejudica não
só a saúde mas também o desempenho do profissional. "Se
o instrumento de trabalho está
ruim, o trabalho também está."
Classes lotadas e barulhos
externos contribuem para que
o profissional exceda o uso da
voz. "É comum o professor
competir com o ruído da escola", diz a fonoaudióloga Carolina Fanaro Damato, presidente
da comissão de divulgação do
Conselho Regional de Fonoaudiologia de São Paulo.
Novos hábitos
A professora de inglês Sônia
Ferreira começou recentemente um tratamento fonoaudiológico. "Agora presto atenção no
que estou fazendo com a minha
voz", diz ela, que tenta não falar
alto e bebe líquidos na aula.
Essa consciência, porém, não
é comum entre os docentes,
aponta Leslie Piccolotto Ferreira, professora do Departamento de Fundamentos da
Fonoaudiologia da PUC-SP
(Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).
"O professor é um dos profissionais que mais demoram a
procurar tratamento. Acha que
é natural estar daquele jeito",
observa a fonoaudióloga.
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