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Atletas sofrem com os altos e baixos
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Para conseguir manter a atitude
de um profissional altamente produtivo e com uma excelente performance todos os dias, só mesmo se transformando em atleta.
E, mesmo assim, no sentido figurado, porque os esportistas também vivem sob essa pressão.
"Por mais que oscilar seja natural, no esporte é diferente. Se não
for regular, vão dizer que o atleta
não está bem tecnicamente", diz
Ricardo Miúra, 29, psicólogo da
categoria de base do São Paulo.
A pressão maior vem do torcedor, que nem sempre tem paciência para lidar com más fases. "A
torcida não perdoa", afirma.
Ao menos três pentacampeões
experimentaram os dois lados da
moeda. Ronaldo, 26, atacante do
Real Madrid e vencedor do "Oscar" dos esportes na última semana (na categoria melhor retorno
de 2002), ilustra bem o caso.
Depois de ter sido considerado
por duas vezes o melhor jogador
do mundo, teve uma atuação polêmica na final da Copa de 98 e ficou quase dois anos sem entrar
em campo por problemas no joelho. Em 2002, porém, foi um dos
protagonistas da conquista do
penta. "Nunca deixei de reconhecer quando não estou bem. Até já
disseram que eu não voltaria a jogar, mas sempre acreditei e fiz tratamentos para voltar a brilhar nos
gramados", declarou, por e-mail.
Já Marcos, 29, goleiro do Palmeiras, defende as traves do seu
time na segunda divisão e passa
por problemas pessoais. Para driblar tudo, diz que o segredo é determinação. "Tem de acreditar na
sua capacidade e na sua competência e não se desesperar."
"Em horas de dificuldade, o lado psicológico faz com que a parte técnica fique perfeita. A atenção
deve recair sobre os dois", diz.
Outro caso é o do atacante Kaká, 21, do São Paulo, que esteve fora dos campos por problemas
musculares e convive com crise
no time e cobrança da torcida.
"Ter a torcida do seu lado é ótimo,
só que futebol é diferente, é mais
emoção do que razão. Você tem
sempre de provar que é bom."
"Mas a má fase é importante,
você tem de passar por ela e
aprender. Reflito sobre o que faço
hoje e não fazia antes", completa.
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