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VIGILÂNCIA VIRTUAL
Empresas rastreiam e-mail e sites visitados
TATIANA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Observar o que as pessoas andam fazendo não é prática exclusiva dos "reality shows" exibidos
na televisão. É cada vez maior o
número de empresas que monitoram cada passo dos funcionários
no uso do correio eletrônico e nos
acessos que fazem à internet.
Na última semana, a General
Motors demitiu 33 funcionários
acusados de sobrecarregar a rede
com a divulgação de mensagens
pornográficas. A empresa voltou
atrás na demissão de 16. Além deles, outros 111 empregados teriam
sido advertidos. Procurada pela
Folha, a GM não confirmou os
números nem comentou o caso.
Rastrear o comportamento on-line dos funcionários não é difícil.
Aliás, torna-se mais comum. Segundo a BR Connection, empresa
que desenvolveu uma ferramenta
de controle para corporações, o
número de solicitações quase duplicou no último ano.
De janeiro a maio do ano passado, 259 corporações adquiriram
licenças de uso do seu pacote que
possibilita acompanhar o acesso à
internet e a entrada e saída de e-mails. Em 2002, no mesmo período, o total saltou para 486.
Tendência
Já em 1999, pesquisa da empresa
de segurança em informática Integralis mostrava que os funcionários britânicos dedicavam pelo
menos duas horas diárias do expediente ao uso indevido da internet. Não há números atualizados.
Estudo feito pelo instituto Computer Economics revelava que, no
mesmo ano, as empresas americanas perderam US$ 5,3 bilhões
com a "navegação recreativa".
"O monitoramento é uma tendência no mercado. Ao disponibilizar um computador, espera-se
que a ferramenta aumente a produtividade, e não o contrário", diz
Francisco Odorino Neto, 29, diretor comercial da BR Connection.
Como não há uma legislação específica sobre o tema, o uso da rede é norteado por políticas internas. O desrespeito às normas pode levar até a demissões.
Na IBM Brasil, os funcionários
não devem usar a conta de e-mail
para assuntos pessoais a fim de
"evitar vazamento de informações confidenciais e sobrecarga
do sistema", segundo o gerente de
tecnologia Fernando Caseira, 53.
Também é vedado o acesso a sites de conteúdo ilegal, como os de
pedofilia. Por outro lado, a empresa otimizou a conexão com sites bancários e não tem restrições
às compras via web. "A política é
liberal e baseada na confiança."
BR Connection: www.brc.com.br.
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