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Iniciativa exige bom senso e transparência
DA REPORTAGEM LOCAL
Estabelecer os limites das
políticas internas de uso de
internet e de e-mail é uma
questão bastante delicada.
De olho no prejuízo, os dirigentes precisam ter cautela
para não assumir ares de
"espionagem" e gerar desconforto no ambiente de trabalho. Já entre os funcionários, o controle raramente é
recebido com naturalidade.
"Por ser um tema recente,
não há lei clara para nortear
as decisões", comenta Augusto Tavares Rosa Mancacini, 37, vice-presidente da
comissão de informática jurídica da OAB-SP (Ordem
dos Advogados do Brasil).
Não é o que pensa Leonardo Leite, 37, advogado especializado em internet e comércio eletrônico. "A própria legislação trabalhista
autoriza cobranças relativas
ao uso de ferramentas de
trabalho, prevendo exceções
à privacidade, como acontece nas revistas em fábricas."
Mancacini acredita que os
departamentos de recursos
humanos deveriam avaliar a
relação custo-benefício da
fiscalização integral, considerando o constrangimento
imposto aos funcionários.
Um exemplo de resultado
negativo é a sensação diária
da auxiliar de marketing C.,
que não quis se identificar.
Ela é funcionária de uma
multinacional que adotou o
monitoramento eletrônico.
"Tenho até medo de acessar minha conta e eles estarem olhando quanto tenho."
"A transparência com o
funcionário é fundamental.
Se ele é monitorado, precisa
saber como e em quê. É isso
o que diferencia o controle
lícito do ilícito", esclarece o
advogado Marcos da Costa,
37, da comissão de informática jurídica da OAB-SP.
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