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VAGAS DE VERÃO
Maioria das vagas não exige conhecimento específico, mas também há lugar para profissionais qualificados
Final de ano aquece mercado com
milhares de postos temporários
PAULA LAGO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O desemprego continua alto
-12,9% em setembro, segundo
dados do IBGE divulgados na
quarta-feira-, mas a proximidade do verão traz boas perspectivas, ao menos no curto prazo.
Dados da Alshop (Associação
Brasileira de Lojistas de Shopping
Centers) apontam para a criação
de 35 mil vagas temporárias nos
estabelecimentos, sendo 15 mil no
Estado de São Paulo, um repeteco
dos números do ano passado.
"Estamos com essa previsão em
função do momento da economia. Este final de ano vai ser bom,
mas não excepcional. Isso porque
o poder aquisitivo está baixo, e a
população, comprometida com
dívidas", afirma o presidente da
associação, Nabil Sahyoun.
Marcia Costa, diretora comercial da Adecco, empresa especializada em seleção de temporários,
afirma que a divulgação das vagas
por parte das empregadoras está
mais estratégica neste ano.
"Em 2002, como as companhias
estavam pessimistas com a economia, começamos a receber vagas somente em novembro, o que
provocou uma correria no mercado para o preenchimento das
oportunidades. Isso serviu de lição. Agora há um ordenamento."
O certo é que há vagas (veja quadro na pág. 2) principalmente para vendedores, estoquistas, caixas, promotores de vendas e atendentes de público, e experiência
anterior nem sempre é exigida.
Segundo lojistas, ainda que, no
geral, o início das atividades seja
em meados de novembro ou no
início de dezembro, os candidatos
já podem partir para a caça.
Início, meio e fim
Antes disso, devem estar cientes
de que o trabalho temporário caracteriza-se por ter início, meio e
fim predeterminados (o contrato
dura no máximo três meses, prorrogáveis por mais três) e por não
criar vínculo empregatício. A possibilidade de contratação efetiva,
contudo, deve ser considerada.
Atualmente desempregada,
Ana Paula Colleti, 23, começou a
atuar como temporária há quatro
anos e foi registrada como promotora de vendas em uma vaga
provisória. "Procuro sempre fazer o melhor que posso. O problema de ser temporário é que você
não consegue ter estabilidade.
Acontece de você engatar um serviço no outro e assim se manter
quase sempre trabalhando."
Paulo Kretly, gerente-geral da
FranklinCovey Brasil, consultoria
especializada em treinamento,
concorda. "O temporário tem de
trazer resultados, por isso sua dedicação se torna maior. Pode surgir oportunidade de permanência, uma vez que há uma comparação natural entre o desempenho de temporários e de efetivos."
Para quem pensa que só estudantes à procura de um dinheiro
extra podem ser temporários,
Costa diz que o perfil desse trabalhador sofreu alterações. "Isso
mudou, há muita gente capacitada e experiente. É uma oportunidade de conhecer novas áreas."
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