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TRABALHO DE BRINDE
Ampliar a rede de contatos durante eventos ajuda a conquistar vagas, dizem especialistas
Festas podem trazer emprego de presente
BRUNO LIMA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Melissa recebeu uma proposta
de trabalho em plena noite de Réveillon. Diana foi a um aniversário em uma pizzaria e ganhou de
presente uma vaga na Telemar.
Alexandre trocou de emprego depois de um aperto de mão em sua
própria recepção de casamento.
Festas e confraternizações são
bons momentos para "agitar" a
vida profissional, afirmam consultores de recursos humanos. E o
fim de ano não é exceção. O conselho para quem está desempregado é aproveitar o clima descontraído dos brindes e da ceia de Réveillon para acrescentar nomes à
rede de contatos. Se a sorte for
grande, o retorno pode até vir em
forma de um emprego novo.
"O período de fim de ano é uma
oportunidade ímpar para fazer
contatos", diz a consultora Matilde Berna, gerente da unidade de
negócios Career Transition da
Right Saad Fellipelli. "As pessoas
têm uma fantasia de que no final
do ano não acontece nada, mas é
o contrário, é uma ótima época
para se expor e fazer network",
aponta Alessandra Luchini Perez,
consultora da Career Center.
A advertência é somente a
de que, para formar uma rede eficiente de contatos, é preciso dedicação contínua. Ir a uma festa
e sair dela com uma proposta
de emprego é um evento raro,
dizem os especialistas, mas conseguir emprego a partir de contatos
feitos em festas é mais comum
do que se costuma imaginar. E
a receita é simples: uma abordagem bem-feita, uma boa primeira
impressão e uma troca de cartões
com a pessoa certa.
Champanhe
Nas ruas de Búzios (RJ), na noite de Réveillon de 1997, o que à
primeira vista pareceu uma cantada era na verdade uma proposta
de trabalho para divulgar novos
perfumes da rede O Boticário,
conta Melissa Costa Nascimento
Webb, 24. "Fiquei dois meses trabalhando em Búzios, quatro horas por dia, com estada paga e carro na mão", lembra. Ela diz que o
pagamento era bom e que pôde
aproveitar a temporada.
A advogada Diana Gandelman
Weiss, 24, trabalhava em um escritório de advocacia em que a
maioria dos clientes era da área de
telecomunicações. Encontrou-se
com as amigas para comemorar o
aniversário de uma delas e, na
mesa de uma pizzaria, fez um
contato com um advogado que
lhe rendeu uma vaga na área regulatória da Telemar.
"Quase na hora do "parabéns"
alguém me disse que ele era advogado da Telemar. Fui cara-de-pau, não tinha nada a perder. Na
conversa ele viu que eu era competente. Contei meu currículo todo para ele comendo pizza e bolo." Por ironia do destino, diz,
acabou recebendo a proposta de
trabalho no dia do próprio aniversário, em agosto deste ano.
Já Alexandre Moraes Rondelo,
34, ganhou um inusitado presente
de casamento. Depois do "sim",
recebeu os cumprimentos de um
ex-chefe e trocou cartões. "Quando voltei da lua-de-mel, passei um
e-mail, nos encontramos, e ele fez
uma oferta de emprego."
A vaga era na multinacional Sara Lee Cafés, dona das marcas Café do Ponto, Pilão, Seleto e Caboclo. "Todo tipo de festa e happy-hour é uma chance de um convite.
Não vou pensando nisso, mas, se
surgir a proposta, por que não?"
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