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Exame da Ordem dissemina cursinhos
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O alto índice de reprovação no
exame da OAB provocou o nascimento de um mercado rentável
em cima dos exames. A exemplo
do que acontece com os cursinhos
pré-vestibulares, que foram ganhando mais e mais espaço à medida que o teste se tornou mais
concorrido, existem cursinhos
pré-OAB de diferentes níveis, durações e preços.
Numa tarde de sexta-feira, a Folha esteve em um cursinho paulistano para entrevistar alguns dos
seus estudantes.
Preocupado com a grande
quantidade de reprovados, o bacharel em direito Alison Palermo,
23, resolveu fazer um cursinho
pela segunda vez. O detalhe é que
ele nunca prestou o exame.
"Fiz [o cursinho] quando estava
no quinto ano e agora estou fazendo de novo. É para me sentir
mais seguro", conta.
Segundo os próprios candidatos, a insegurança pesa bastante,
principalmente quando se presta
o exame várias vezes seguidas até
conseguir a aprovação.
Seis vezes
"Estou indo para a sexta tentativa e tenho de passar agora", contabiliza Beatriz Florenzano, 25.
Ela conta que concluiu a faculdade em 2001, mas até agora não pôde exercer a profissão.
"Eu já pensei em desistir, mas
penso nos anos todos que passei
estudando", diz ela, que ainda
tem dúvida se quer atuar na área.
Para Mário Ribeiro, 25, que vai
para a terceira avaliação, é péssimo conseguir passar pela primeira fase do exame da Ordem (formada por questões de múltipla
escolha), ser reprovado na segunda (composta por questões
dissertativas) e, quando for prestar de novo, ter de retornar
à primeira fase.
Regulamento
De acordo com Ivette Ferreira,
da OAB-SP, isso acontece porque
cada edição do exame tem um regulamento específico, em que
mudam alguns critérios e também os avaliadores.
"Embora haja exames diferentes nos Estados, todos têm critérios parecidos e todos seguem os
mesmos princípios: têm um edital, são constituídos por duas fases, e a correção é anônima, entre
outros", explica Ferreira.
Nas outras carreiras que aplicam avaliações, o mercado de
cursinhos ainda não aflorou, mas
já há notícia de aulas preparatórias acontecendo dentro das próprias faculdades, voltadas para a
turma dos formandos.
"Uma faculdade séria não precisa disso, o ensino dos anos de graduação já devem ser suficientes",
afirma o presidente do Conselho
Federal de Contabilidade, José
Martônio Alves Coelho.
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