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Consultores contam como obter vaga, mesmo com faculdade que não seja de ponta
Só escola não dá para garantir qualidade
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O desempenho de um profissional não tem relação apenas com o seu curso, mas também com o seu esforço pessoal. Pelo menos, é isso o que defendem os
consultores e as empresas que dizem não considerar a grife do diploma como um dos fatores decisivos de seleção de funcionários.
"Os recrutadores querem mostrar às empresas que estudantes que não vieram de uma faculdade de primeira linha podem ter o mesmo potencial e apresentar espírito de equipe e liderança", diz Luiz Gonzaga Bertelli, presidente-executivo do CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola).
A gerente da área de desenvolvimento do Unibanco, Isabel Armani, faz coro. "Só o nome da faculdade não é determinante. Se foi no passado, hoje não é mais."
Na opinião da doutora em educação pela USP (Universidade de São Paulo) Cleide Almeida, até o conceito de "faculdade de primeira ou de segunda linha" é preconceito inventado pelo mercado.
Alexandra Souza Queiroz, gerente de atendimento do Nube (Núcleo Brasileiro de Estágios), diz que a faculdade sozinha não garante mais competência no trabalho. "Isso não existe. Temos estudantes excelentes e ótimos profissionais que não provêm de escolas de primeira linha."
Marketing dos nomes
Gabriel Mário Rodrigues, presidente do Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo) e reitor da Universidade Anhembi Morumbi, afirma que o mercado criou um marketing em torno de alguns nomes.
"Sabemos que as públicas, assim como a Eaesp-FGV e a PUC, acabam destacando-se pela imagem que o mercado estipula."
Uma forma de compensar a
graduação numa universidade
pouco conceituada é apresentar
qualidades adicionais: inglês
fluente, informática, trabalhos voluntários, participação em
workshops e projetos universitários com resultados significativos.
"Isso tudo é analisado também na hora de escolher o estagiário.
Já a experiência não é um item procurado por nós. Queremos
desenvolver o candidato, e o importante é que ele seja bem formado, tenha se dedicado aos estudos", diz Guilherme Cavalieri, diretor de RH da multinacional farmacêutica Boehringer Ingelheim.
Fora do país
No exterior, a fama do curso também conta. De acordo com Seme Arone, diretor de marketing do Nube, em países como os Estados Unidos, o contrato com o
futuro profissional é assinado antes mesmo que o estudante termine os seus estudos.
"Alunos de Harvard ou da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, já saem com
emprego", afirma Arone. (AM)
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