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São Paulo, domingo, 30 de novembro de 2003

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CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Conhecer legislação internacional também surge como requisito em seleções de companhias e consultorias nacionais

Empresa quer "defensor" da transparência

BRUNA MARTINS FONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Se antigamente o campo de visão dos contadores se restrin- gia às páginas dos livros-caixa, hoje os profissionais precisam enxergar muito além para ter uma carreira bem-sucedida.
Não basta ter um bom conhecimento do mercado e de como funciona a estrutura da empresa. Especializar-se em práticas contábeis internacionais e promover a transparência dos processos são caminhos para boas colocações.
"O desafio da profissão é a internacionalização", diz Ariovaldo Guello, diretor técnico da consultoria Deloitte Touche Tohmatsu. "É muito difícil encontrar profissionais qualificados nessa área, que conheçam a legislação brasileira e a norte-americana e tenham bom nível de inglês", avalia Salvador Evangelista Júnior, 53, vice-presidente de recursos humanos da American Express.
Ambientes complexos, como grandes tesourarias, também precisam de pessoal preparado para dar assistência direta às diretorias financeiras, segundo Sergio Citeroni, 45, sócio-responsável pela prática de auditoria da Ernst & Young. "É difícil achar especialistas em ciências atuariais."

Transparência
O cargo de auditor abre as portas em empresas especializadas, e a área de controladoria concentra o maior número das vagas nas demais companhias.
"Para obter transparência e informações de qualidade, é preciso ter bons sistemas de controles internos", avalia João César Lima, 41, sócio-responsável da área de RH da PricewaterhouseCoopers.
Se contratações para atividades de auditoria se multiplicam em empresas privadas, nas públicas podem demorar um pouco mais.
"A função de controlador público está sendo muito valorizada", diz Lima. "Mas esse mercado [de órgãos públicos] tem uma movimentação mais lenta." Ainda assim, o Executivo federal deve abrir mais de 3.200 vagas para profissionais de ciências contábeis em 2004, de acordo com o Ministério do Planejamento.
Para quem quer se aperfeiçoar, especialistas recomendam ficar de olho em cursos sobre princípios contábeis internacionais.
"No ano que vem, pretende-se modificar as leis de sociedades anônimas, e há a intenção de retirar dela as práticas contábeis, decisão que facilitaria a atualização com os parâmetros internacionais", observa Guello.
Inteirar-se da lei Sarbanes-Oxley (saiba mais no quadro abaixo) e das discussões sobre transparência nas organizações são competências também exigidas por quem emprega. Ter uma antevisão da aplicação das novas normas americanas, como a Sarbanes-Oxley, nos negócios, além de bom desempenho nas áreas contábil e fiscal são diferenciais, completam executivos da Embraer.



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