São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2008 |
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INGREDIENTE Azedinha tem o mesmo antioxidante do vinho
AMARÍLIS LAGE
Na receita de uma alimentação saudável, o vinho tinto ocupa lugar de destaque. Devido a sua alta concentração de antioxidantes -especialmente resveratrol-, o produto é associado à prevenção de problemas cardiovasculares e de alguns tipos de câncer. Mas vai ter de dividir os holofotes (e o lugar à mesa): não bastasse a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) ter lançado no mês passado um vinho branco com maior concentração de resveratrol, agora é a erva azedinha que se apresenta como mais uma fonte. A novidade foi divulgada na semana passada: pesquisadores da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) venderam à Eurofarma duas patentes para o desenvolvimento de remédios à base de resveratrol -uma delas se refere à descoberta de altos teores desse antioxidante na raiz da azedinha. De acordo com o professor André Souto, autor do estudo, a raiz da azedinha tem cem vezes mais resveratrol do que o vinho ou o suco de uva. O consumo da raiz, diz ele, não é indicado, já que pode oferecer riscos de toxicidade. Mas as folhas também são uma boa fonte do oxidante -um quilo delas oferece 0,4 mg de resveratrol, aproximadamente a mesma quantia que há em um litro de suco de uva. Além disso, a hortaliça possui efeito protetor sobre as células do fígado, de acordo com a nutricionista e fitoterapeuta Vanderli Marchiori, assessora para plantas medicinais da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. Para obter esse benefício, afirma Marchiori, o consumo indicado é de uma xícara (chá) de azedinha, três vezes por semana. Os efeitos serão ainda maiores se a hortaliça estiver crua, numa salada, por exemplo. Mas isso não impede que a azedinha seja utilizada em pratos quentes -aliás, uma preparação clássica do chef francês Pierre Troigros, pai do também chef Claude, que adotou o Brasil como lar, é o salmão ao molho de azedinha. Foi por meio desse prato que Carla Pernambuco, autora da receita ao lado, conheceu a erva. "A primeira receita que fiz foi um caldo verde estilizado, substituindo a couve por azedinha e a batata por feijão branco", lembra. Para ela, a erva rende ótimas sopas, omeletes, saladas e molho para peixes. O cardápio de seu restaurante, o Carlota, inclui o cuscuz com azedinha, que acompanha peixes e carnes. "A idéia é não cozinhar demais e, assim, garantir as propriedades da azedinha", conta a chef. Texto Anterior: Entrevista: Lazer como "estado de espírito" Próximo Texto: Cuscuz com azedinha Índice |
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