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Extintos, trólebus deixaram lacuna no transporte coletivo
DE RIBEIRÃO PRETOAté o final da década de 1990, Ribeirão Preto tinha em seu sistema de transporte público 22 trólebus -ônibus movido a eletricidade-, além de dois terminais de ônibus na região central.
Ônibus e terminais foram eliminados no governo do tucano Luiz Roberto Jábali (1937-2004) por terem se tornados "obsoletos" e para supostamente melhorar a fluidez no trânsito. No entanto 15 anos depois o município ainda não criou alternativas para substitui-los.
Em 1999, Jábali desativou os terminais Antônio Achê
-onde foi construído o CPC (Centro Popular de Compras), que custou R$ 1,2 milhão à época, em valor nominal- e o Carlos Gomes, onde foi criada uma praça que custou R$ 394,45 mil à prefeitura.
A justificativa era de que a desativação faria o trânsito "andar", como preconizava o plano de modernização da Transerp (gerenciadora do transporte urbano). Até hoje, nenhum outro terminal foi feito pela prefeitura.
No dia 3 de julho daquele mesmo ano, os trólebus, que circulavam como uma opção a mais para o transporte público, encerraram as atividades em Ribeirão Preto.
Para a empresa, a tecnologia dos veículos elétricos que circulavam ligados por uma rede aérea de cabos de energia tornou-se ultrapassada.
Esse transporte gastava muita energia elétrica e tinha se tornado quase um transtorno no trânsito, já que os trólebus seguiam obrigatoriamente o mesmo percurso
-por causa da rede de energia aérea- e não conseguiam desviar caso algum obstáculo surgisse no caminho.
Os 22 trólebus, avaliados em cerca de R$ 700 mil, foram usados para pagar dívidas da própria Transerp.
"A tecnologia se tornou algo antiquado. No entanto não foi feito um planejamento de longo prazo para substituí-los", disse o professor de arquitetura e urbanismo do Centro Universitário Barão de Mauá Lelis Noronha Schneck. Para ele, a alternativa seria o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). (CAMILA TURTELLI)