Restaurante vira orgulho da redondeza

O restaurante Mocotó é o orgulho da Vila Medeiros. Comandado pelo chef Rodrigo Oliveira, virou referência em comida brasileira.

Clientes antenados dos Jardins adoram dizer que conhecem a carne de sol na chapa com pimenta-biquinho, alho assado e chips de mandioca, especialidade da casa.

O bairro é grato a Oliveira, por dar um lustro na autoestima do pedaço. E quando lhe perguntam se abrirá um Mocotó em Moema, por exemplo, a resposta é firme: "Nunca". E completa: "Tem tanto para fazer aqui".

O Mocotó é um sucesso, apesar do cenário improvável em que se encontra. Depois de figurar como um dos melhores restaurantes de São Paulo, no começo de agosto apareceu em uma lista da revista norte-americana "Newsweek", que elencou os 101 melhores lugares para se comer no mundo.

"Fazer cozinha brasileira pra mim é fazer a comida do sertão, que é o meu chão e o de minha família", diz o chef, evocando a história de José Oliveira de Almeida, nascido em 1938 em Mulungu, vilarejo do sertão pernambucano.

A família abriria em 1973 uma Casa do Norte, que logo evoluiu para um bar. Foi quando começou a ser produzido o mocotó que batizou o restaurante. A trajetória inspirou outros da região.

"Nós estamos montando aqui um polo de excelência em comida sertaneja", conta o chef, citando os restaurantes O Mocofava (no Mandaqui), o Barnabé (no Parque Edu Chaves) e a Nação Nordestina (na Vila Maria).

"Por que não criar na zona norte um centro de formação, voltado para as áreas de alimentação e serviços?". Essa é a sugestão de Rodrigo.