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Pancadão na periferia tira sono de moradores DE SÃO PAULO"O mundo é diferente da ponte para cá", diz a música dos Racionais MC's. O verso resume o fundão da zona sul, onde muitos dos bairros têm como prenome "Jardim". Mas esqueça problemas antigos da região, como criminalidade. O que hoje também irrita o morador daquele extremo da cidade -onde se chega após atravessar a ponte João Dias da marginal Pinheiros- é o barulho. Em sete dos 22 distritos da zona sul, houve piora nesse quesito, mostra o Datafolha. O mesmo rap acima fala "em saúde, mulher e muito som". Mas é o funk a música que agita a rapaziada dos bairros de periferia e, é claro, provoca reclamações dos moradores que passam madrugadas na batida dos pancadões. Em 2008, os moradores do Jardim Ângela davam nota 4,8 quando questionados sobre o excesso de ruído. Caiu para 3,5. Prova de que é um problema mais comum na periferia, Moema, bairro nobre e apinhado de bares também ruidosos, melhorou sua avaliação nesse item -a nota subiu de 5,1 para 5,8. Os moradores do Condomínio Projeto das Américas, no Jardim Regina, sentem na pele e nos ouvidos o tamborzão nas madrugadas de sábado, quando uma academia vira um baile funk. BONS TEMPOS "Antes se ouvia rap e funk com letras sobre a comunidade. Agora são letras pesadas e muita bebida. Quem trabalha cedo sofre com o som alto", diz o porteiro André Alves, 33, que vive no Capão Redondo, onde a nota é 3,7. O trabalho duro de alguns pode ser barulhento. Locutores de lojas em Santo Amaro, por exemplo, gastam o gogó para anunciar promoções. O problema é que a narração ecoa em alto-falantes. Mas a nota lá é melhor: 5,8. A prefeitura diz que neste ano foram 12 operações com a PM para coibir pancadões. "Nove bares e outros 15 estabelecimentos foram multados, 35 carros apreendidos por emitirem ruído acima do permitido", informa em nota. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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