São Paulo, domingo, 03 de outubro de 2004 |
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ELEIÇÕES / GRANDE ABC Partido cria pela primeira vez campanha coordenada na região Militantes reclamam da falta de empenho do governo federal Nem Lula impede fracasso no berço do PT
MARCELO BILLI DA REPORTAGEM LOCAL O PT criou, pela primeira vez, uma coordenação geral de campanha na região do ABC, berço político do partido. Mas, apesar do esforço, deve ficar de fora da Prefeitura de São Bernardo do Campo, cidade onde vota o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O deputado federal Vicentinho, candidato do PT em São Bernardo, deve amargar derrota já no primeiro turno. O candidato do PSB, Willian Dib, atual prefeito, tem, de acordo com a última pesquisa do Ibope na cidade, 75% dos votos válidos. No município, a militância do PT reclama do que considera o pouco empenho do governo federal na campanha. Lula, por exemplo, não visitou São Bernardo. O apoio do presidente resumiu-se a uma carta em apoio à candidatura do "petista histórico". Vicentinho, no entanto, repetiu, na última quarta-feira, durante jantar para arrecadar fundos de campanha, que "não é verdade" que houve falta de apoio. Ele estava ao lado do vice-presidente José Alencar, que havia viajado à região para declarar, em nome do presidente e contra a orientação do PL, apoio à candidatura do petista. O partido de Alencar, na cidade, faz parte da coligação que apóia o opositor de Vicentinho. Na mesma noite, Alencar, em tom de brincadeira, disse a duas platéias diferentes que gostaria de poder transferir seu título eleitoral. Primeiro, em jantar em São Bernardo, para "homenagear o presidente Lula" e votar em Vicentinho. Depois, em Diadema, para votar no também candidato do PT José Filippi Júnior. Filippi Júnior, que concorre à reeleição, está mais bem colocado que Vicentinho, e deve disputar o segundo turno. Pesquisas locais o colocam sempre em situação de empate técnico com o tucano José Augusto da Silva Ramos. Também em São Caetano do Sul a situação petista é delicada. A candidatura de José Auricchio Junior, candidato de uma ampla coligação que congregou do PP ao PSDB, passando pelo PRONA, é o favorito na disputa. A cidade, que tem menos do que 200 mil habitantes, não terá segundo turno. Segundo pesquisas locais, a candidatura de Hamilton Broglia, do PT, conseguiu, nas últimas semanas, atrair um maior número de eleitores, mas quantidade que ainda seria insuficiente para colocá-lo na sede da prefeitura. Coordenação central O candidato, que é também o coordenador da campanha do PT na região do ABC, diz que acredita no crescimento das últimas semanas e que ainda está no páreo. Broglia coordenou a campanha petista em todo o ABC -de São Bernardo ao pequeno município de Rio Grande da Serra. "Foi a primeira vez que fizemos uma campanha coordenada na região. Aproveitamos artistas, estrutura de comícios, de shows, visitas de ministros e correligionários", explica o candidato. Em Santo André, onde governava Celso Daniel, coordenador da última campanha de Lula assassinado em 2002, o atual prefeito, João Avamileno, tenta a reeleição. Ele começou a campanha atrás de Newton Brandão, do PSDB, segundo pesquisas dos partidos. Nas últimas semanas, Avamileno ultrapassou Brandão, e devem se enfrentar no segundo turno. Mesmo em Mauá, onde o PT também já é governo e era favorito antes do início da campanha, a disputa segue acirrada, e o candidato petista, Márcio Chaves, disputa cabeça à cabeça com Leonel Damo, do PV. Da campanha já quase apática de Vicentinho à disputada de Santo André, um traço comum em todas é o apadrinhamento dos candidatos. Como em São Paulo, Lula e o governador Geraldo Alckmin (SP) aparecem, de uma forma ou de outra, como aliados dos candidatos. Lula aparece nos outdoors ao lado de Vicentinho em São Bernardo do Campo, enquanto Alckmin apadrinha Dib. Texto Anterior: Na eleição de 2000, taxa de abstenção foi de 15% no país Próximo Texto: Frases Índice |
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