|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES / FORTALEZA
PT abandona Luizianne e a vê encostar em Inácio, no 3º lugar
Moroni Torgan consegue 28%, contra 19% de Antonio Cambraia
Esquerda disputa votos e pode ficar sem 2º turno
FORTALEZA
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
Moroni Torgan (PFL) disputará
segundo turno em Fortaleza, mas
o adversário segue indefinido. É o
que mostra pesquisa Datafolha,
em parceria com o jornal "O Povo", divulgada ontem.
Moroni tem 28% contra 19% de
Antonio Cambraia (PSDB), 17%
de Inácio Arruda (PC do B) e 16%
de Luizianne Lins (PT). Como a
margem de erro é de dois pontos
percentuais para mais ou para
menos, é impossível cravar o segundo lugar. Na contabilidade
dos votos válidos (sem brancos,
nulos e indecisos, que são 7% do
total), o pefelista vai a 30%, contra
20% de Cambraia, 19% de Inácio e
17% da petista.
O Datafolha ouviu 1.750 eleitores na sexta e ontem. O registro da
pesquisa no TRE-CE é 23/04.
Em relação à pesquisa Datafolha anterior, de quarta-feira, Moroni subiu: foi de 24% para 28%.
Cambraia caiu de 24% para 19%.
Inácio não se moveu, e Luizianne
oscilou um ponto para cima.
A divisão da esquerda e a separação política de Tasso Jereissati
(PSDB) e Ciro Gomes (PPS), aliados durante 16 anos, embolaram a
disputa no Ceará. O embate na esquerda chegou a tal ponto que,
mesmo com o crescimento de
Luizianne, lideranças do próprio
partido conclamam seus filiados a
votar em Inácio Arruda.
Pela primeira vez em 19 anos, a
esquerda tinha a perspectiva real
de vencer em Fortaleza. Alianças
haviam sido fechadas em apoio a
Inácio, considerado, até então, o
favorito na disputa.
Apesar disso, a militância do PT
decidiu pela candidatura própria
de Luizianne, que é uma deputada estadual da facção à esquerda
no partido, a Democracia Socialista. "Simplesmente o diretório
nacional do partido vendeu ao PC
do B uma mercadoria que não podia entregar. Fizeram um acordo,
mas esqueceram de avisar a militância", afirmou o deputado federal João Alfredo Teles (PT-CE).
Entre os petistas de peso que
abandonaram Luizianne à própria sorte estão o presidente do
partido, José Genoino, e o ministro da Casa Civil, José Dirceu.
Na sexta, o PT nacional divulgou, em seu site, declarações de
Genoino contra a candidata, ao
afirmar que há erros nas pesquisas que indicam seu crescimento
e incitando que "todos os petistas
cerrem fileiras na candidatura de
Inácio". Luizianne responde no
mesmo tom: "é tão petista quanto
Genoino e Dirceu", diz.
"Houve intransigência, erros,
falta de diálogo dos dois lados",
disse José Nobre Guimarães, irmão de Genoino e um dos caciques do PT cearense que apóiam
Inácio. "Alguém vai ter de pagar
por isso, e o PT é que pode ser responsabilizado."
Enquanto a esquerda se digladia, dois candidatos com o discurso centrado na segurança pública
cresceram: Cambraia e Moroni.
Ex-prefeito de Fortaleza, Cambraia surge como a primeira
chance de Tasso conseguir emplacar o prefeito da cidade, depois
de três derrotas. Em 18 anos no
comando, Tasso só chegou à vitória na capital em 1988, com seu
então pupilo Ciro Gomes.
Cambraia, aliás, só é candidato
por causa da separação entre Tasso e Ciro. O senador chegou a oferecer ao ministro a cabeça de chapa na coligação. Ciro, porém, decidiu apostar em Inácio, parte de
um projeto de sua família para
chegar ao poder do Estado em
2006, desvinculado do PSDB.
Texto Anterior: Manaus: Amazonino e Serafim Corrêa lideram disputa que será fiscalizada por 2.000 militares Próximo Texto: Recife: "Arrastão" por votos é defesa contra triunfo petista Índice
|