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TRABALHO
Planejamento deve considerar o porte da empresa e as perspectivas de crescimento
Projeção de 10 anos guia carreira
SILVIA BASILIO RIBEIRO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Tente imaginar-se daqui a dez
anos. O cenário certamente será
composto por aspirações profissionais, de remuneração e de ordem pessoal. Um planejamento
de carreira é semelhante a esse
exercício de abstração, só que
com técnica e vertido no papel.
Para se desenhar em 2014, siga
as pistas: considere a natureza do
trabalho, as pessoas a compor esse ambiente, cargo, remuneração,
localização da empresa e equilíbrio profissional e pessoal.
O mapa é traçado pelo presidente da Mariaca & Associates
(consultoria de carreiras), Marcelo Mariaca, para quem dez anos é
"o período ideal" para o estabelecimento de metas e a superação
de obstáculos. "O plano dá um
norte à carreira", afirma.
Cultura e porte da empresa, nome no mercado, segmento e perspectiva de crescimento devem ser
ponderados. Definidos os objetivos, será possível levantar firmas e
oportunidades condizentes.
Para projetar o salário, o mercado de trabalho é a melhor referência e deve ser monitorado. "O
olhar sempre tem de ser para o
mercado", frisa Luciana Sarkozi,
da Career Center. Na comparação, devem ser considerados salários de profissionais com cargos e
responsabilidades semelhantes
em empresas do mesmo ramo.
O cálculo, segundo Maria Zélia
de Almeida, professora da FGV
Management (da Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro), deve se pautar no salário anual. E a
projeção não pode considerar
apenas a porção fixa do salário.
"Benefícios e remuneração baseados em resultados são cada vez
mais relevantes em empresas
competitivas", argumenta.
Sofia Esteves do Amaral, sócia
da Cia. de Talentos (consultoria
de RH), pondera que a escolha da
profissão não deve passar somente pela questão salarial. "Aconselho as pessoas a irem mais atrás da
vocação do que do salário, que é
uma conseqüência natural."
Trocar de emprego com base
apenas na remuneração também
não é recomendável. Laís Passarelli, da Passarelli - Seleção de Executivos e Talentos, recomenda
que a proposta seja avaliada não
só no curto, mas também no longo prazo, buscando equilíbrio entre as esferas pessoal, profissional
e salarial. "Há o risco de a pessoa
se frustar por não estar evoluindo
profissionalmente", ilustra.
Ajustes periódicos
Até mesmo uma transição de
empresa ou de área de atuação requer planejamento detalhado.
Roberto Vieira, 33, hoje executivo
da área de marketing da Eli Lilly,
elaborou, em 1997, um plano de
cinco anos com esse objetivo. A
fim de ilustrar seu comprometimento com a organização, registrou-o em cartório antes de executá-lo e, cumprida a primeira
etapa, apresentou-o ao diretor.
"A decisão foi bem pensada.
Planejei cada etapa. Saquei a carta
da pasta e pedi para ele ler. Meu
diretor à época viu que eu tinha tido uma atitude séria em relação à
companhia e, a partir daí, tornou-se o maior patrono na transição
da minha carreira", relembra.
O planejamento profissional requer ajustes periódicos. "Esse
prazo de revisão é hoje cada vez
menor", comenta Zélia de Almeida, da FGV Management. Para
Passarelli, retoques devem ser feitos anualmente, e o plano, refeito
a cada três anos em razão da rapidez das mudanças conjunturais.
Alexandre Porto, 29, executivo
da Unilever, traçou, à época da faculdade, um plano de carreira
com horizonte de 15 anos. "A cada início de ano, reviso o planejamento, como se fosse um Imposto de Renda pessoal. Faço balanço
e verifico se fiquei devendo ou se
tenho crédito." Ao fim do primeiro semestre, ele volta a rever o
mapa e checa se as metas traçadas
para o ano estão sendo seguidas.
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