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Falta de estrutura afeta relações com investidores
DA REDAÇÃO
Principal herói do esporte
chinês, ao lado de Liu Xiang, o
jogador de basquete Yao Ming
entrou com uma ação judicial
contra a Coca-Cola alegando
uso indevido de sua imagem.
Aconteceu em 2003, um ano
após sua estréia na NBA, a liga
profissional dos EUA. O motivo, uma coleção de latinhas estampando fotos dele e de dois
colegas de seleção chinesa.
A multinacional argumentou
que era patrocinadora da federação chinesa e que o contrato
previa a utilização das imagens
dos jogadores com o uniforme.
Em outras partes do mundo,
a defesa da empresa provavelmente encerraria o caso. Na
China, não. A história virou debate nacional, evocando questões complexas como limites e
abusos do capitalismo. Acuada,
a Coca-Cola precisou fazer um
pedido público de desculpas.
Outro caso conturbado aconteceu com a Siemens. Em
2004, a empresa alemã renovou o contrato com a federação
chinesa de futebol. No ano seguinte, porém, rescindiu o
acordo diante de um escândalo
de corrupção e de arranjos de
resultados no Campeonato Nacional.
Histórias que ilustram outros entraves para o investimento em esportes na China: a
falta de amadurecimento das
instituições, o que muitas vezes
gera regras pouco claras.
E há, no Brasil, quem conte
histórias parecidas, de problemas gerados pela falta de organização do esporte chinês.
No automobilismo: em fevereiro, a Le Mans Series anunciou que trocaria a etapa de Interlagos por uma corrida em
Xangai. Cinco meses depois, a
organização corre atrás de uma
substituta. Os chineses não pagaram os valores acertados.
No vôlei: Alessandro Martinelli, da Momentum, que trabalha com a Confederação Brasileira de Vôlei, classifica como
um "caos" a estrutura do país
para reservar hotéis e alugar
centros de treinamento.
E no futebol. Carla Dualib,
sócia da SMA Sports Agency,
viajou em 2005 para a China
para tentar vender franquias
da escolinha de futebol do Corinthians. Sem sucesso. Tempos depois, porém, ficou sabendo da existência de pelo menos
uma escola pirata, com o nome
do clube. "Não nos pagaram nada. O mercado lá é forte, mas
muito pouco preparado e extremamente burocratizado. A
possibilidade para o futuro impressiona, mas o presente ainda é complicado", afirma.
(FSX)
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